Você ouviu falar sobre Margaret Howe Lovatt, a mulher que falava com golfinhos? A BBC produziu o famoso documentário “The Girl Who Talked to Dolphins“, que está nas páginas dos jornais de todo o mundo. O motivo?
A história se passou nos anos 60, quando Margaret participou de um projeto de pesquisa financiado pela NASA para ensinar os cetáceos a se comunicarem, o que levou ao desenvolvimento de uma relação incomum com um golfinho em particular, Peter, um dos azarados escolhidos para este horroroso experimento. E a relação entre eles, por vezes, se transformou em algo de natureza sexual.
A ligação emocional entre os seres humanos e os animais está bem documentada. Muitas vezes, os animais e os seres humanos que passam longos períodos de tempo juntos – o que um treinador de golfinhos poderia definir como “amor” por seus golfinhos – vivem o que pode ser chamado de uma relação especial. Mas a história que estamos contando é muito mais turva e perversa, perto do limite fino e tênue da bestialidade. E, certamente, cheio de toda crueldade humana.
O caso Lovatt Howe começou em 1964, quando a cientista estava trabalhando em um experimento para tentar ensinar Peter como se comunicar com os humanos. Naquela época, a mulher foi literalmente transferida para o local do experimento com o golfinho, por três meses, dormindo ao lado e trabalhando sobre uma mesa suspensa sobre a água em que ele nadava. Os dois passaram, então, uma grande quantidade de tempo juntos, e Peter, um golfinho adolescente em plena maturidade sexual, começou a apresentar impulsos cada vez mais sexuais, por vezes desconfortáveis.
Lovatt conta sobre esta confidência “especial”, que levou os dois a terem relações muito íntimas: “Peter gostava de estar comigo. Ele se esfregava em meus joelhos, no meu pé ou em minhas mãos e eu não me sentia desconfortável. Até o ponto ele não tinha se tornado rude, para mim, era fácil incorporá-lo ao projeto e deixar acontecer. Era algo precioso e amável. Peter estava lá e ele sabia que eu estava lá para ele”.
Ela escreveu em seu diário na época:
“Peter se excitou várias vezes nos últimos dias. Seu desejo dificulta o nosso relacionamento. Ele enfia-se entre as minhas pernas, vira-se em torno a mim, me mordisca e é tão animado que não pode controlar-se a si mesmo”.
“De minha parte, não havia nada de sexual, sensual, talvez. Parecia-me que isso tornaria a conexão mais estreita”, diz Lovatt.
Depois, os financiamentos foram interrompidos e os delfinhos foram enviados a Miami para um outro local, com pequenas piscinas com pouca ou nenhuma luz solar. Poucas semanas depois, Peter, privado de liberdade e a oportunidade de construir relações sociais normais com seus pares, cometeu suicídio.
Sim, porque para quem não sabia, quando deprimidos os golfinhos cometem suicídio fechando o esfíncter que usam para respirar. Até mesmo o famoso treinador Ric O’Barry um dia viu Kathy, o golfinho fêmea que interpretava Flipper, afundando-se diante de seus olhos e parando de respirar.
O suicídio é a palavra usada por O’Barry para contar a tragédia: golfinhos podem voluntariamente parar de respirar, e isso foi o que fez o animal que a mim tinha sido confiado. Quando Kathy parou de respirar, uma nova vida começou para o seu treinador. Ele entendeu que capturar animais inteligentes e forçá-los a executar jogos bobos para os homens é errado e imoral, e a partir daí começou sua batalha…
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