Pet terapia em psiquiatria para ajudar os pacientes


Que os cães são os melhores amigos do homem todo mundo concorda, mas eles também podem ser ótimos curadores.

A única questão que se poderia argumentar contra o uso de animais em hospitais para a cura de pacientes, seria a higiene. Mas a segurança, o saneamento nos hospitais e outras instituições que usam a terapia com animais tem regras rígidas para assegurar a limpeza, a vacinação, o treinamento e a seleção dos animais, para o comportamento adequado.

Nos Estados Unidos a pet therapy ganha cada vez mais força. Na Itália um hospital público testa os benefícios da terapia com animais, sendo o primeiro departamento de psiquiatria que começa a dar apoio aos pacientes com problemas de saúde mental. A iniciativa começou na semana passada envolvendo cinco pacientes no Hospital Santa Maria Annunziata, em Florença.

Quem cuida destes pacientes é a Chanel, um pastor alemão fêmea de 3 anos de idade, mansa como um cordeiro, mas se parece com uma loba com seus 35/40 quilos que ao vê-la, algumas pessoas podem sentir medo. Apesar de ter sido abandonada aos 9 meses, Chanel tem um equilíbrio físico e mental perfeito, já teve 15 filhotes, primeiro oito e depois 7. Chanel costuma ir em escolas primárias e creches para se encontrar com crianças com necessidades especiais.

Os pacientes foram descobrindo devagarinho que podiam dar comida à Chanel sem serem mordidos, acariciá-la ou levá-la para passear com a coleira e deixá-la pular no colo, sem que ela machuque alguém. O experimento será repetido mais sete vezes, até 11 de julho, por cerca de uma hora e meia cada sessão, para que se verifique se Chanel traz benefícios aos pacientes, como sugere a literatura científica.

Além de Chanel, também ajudará nesta tarefa, Bella, uma border collie de um ano, que apesar da sua tenra idade, já está mostrando grande equilíbrio para o “trabalho”.

Há, de fato, estudos clínicos e experimentais, que sugerem que o comportamento de um animal, neste caso, um cão, pela sua espontaneidade faz com que sua “personalidade” se torne significativa e compreensível para a pessoa que entra em contato com ele, o que além de ser muito gratificante, é capaz de desencadear a recuperação de um estágio emocional, muitas vezes bloqueado por uma psicopatologia, fazendo com que se passe por cima dos mecanismos de defesa que atuam para prevenir, minimizar ou transformar os sofrimentos muito difíceis de se suportar.

A pet therapy é uma possível ajuda que os hospitais podem contar, juntamente com a clown therapy.

“A relação de brincadeira que se estabelece – diz o Dr. Castagnoli, responsável pelo departamento de psiquiatria – melhora a capacidade dos pacientes em entrarem em contato com uma realidade que pode ser amigável e não ameaçadora, que aumenta a confiança e produz um pequeno ciclo virtuoso que favorece o processo de cura“.




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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