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Morreram nesta semana em Porto Ferreira-SP pelo menos 10 milhões de abelhas que viviam em 200 colmeias de 9 produtores de mel. O Ministério Público deverá investigar a causa para definir a responsabilidade para a aplicação da lei. Os apicultores acreditam que os agrotóxicos pulverizados por uma usina da região teriam causado as mortes.
As colmeias distam poucos metros de um canavial pulverizado por avião. O veneno pode ter ido além do pretendido pela usina.
“Perdi quase todas a minhas colmeias, e não vou conseguir voltar a produzir em menos de quatro anos. Vou retomar a produção, mas ela será bem menor até lá”, o apicultor Wanderley Fardin, estimando um prejuízo de R$ 250 mil.
Quando se tem morte de abelhas logo se suspeita do uso indevido de agrotóxicos. As abelhas são polinizadores imprescindíveis para a agricultura e consequentemente para a vida. O agrotóxico por sua vez, teria função importante na agricultura mas além de ser frequentemente usado incorretamente, seja por questão cultural ou mesmo por interesse econômico, está ligado ao fenômeno do desaparecimento das abelhas, questão levantada em diversos estudos e documentários:
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Neste caso brasileiro, Wanderly conta que a mortandade das abelhas é uma constante, mas não nestas proporções: “Eu tenho perto de 200 colmeias. Todo ano perco entre 20 e 30 por conta dos agrotóxicos, mas acabamos dividindo as colmeias e repondo as perdas. Agora, não sobrou nada para repor”.
Sem abelhas não há alimento, há apenas desequilíbrio ambiental, econômico e social.
No ano passado a ONU elaborou um relatório para a Plataforma Ciência Política Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas (IPBES), onde avaliou-se a ligação entre polinizadores, polinização e a produção de alimentos. O relatório alerta para a necessidade urgente de repensarmos nossas estratégias agrícolas e ambientais.
O discurso de que os agrotóxicos servem para manter, proteger as culturas das pragas e das doenças, garantindo comida para todos, deve ser dito com parcimônia. O respeito à vida passa por uma gestão ambiental consciente e por uma ecologia humana de distribuição igualitária de bens e recursos.
Esperamos que o caso de Porto Ferreira seja resolvido e que os prejudicados sejam indenizados pelas perdas econômicas que sofreram. Isto é fundamental também para que os danos ambientais ocasionados pela mortandade de abelhas, sejam levados a sério no país que mais usa agrotóxico no mundo.
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Categorias: Animais, Informar-se
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