“Restauração do habitat do panda gigante: um projeto ambiental da reserva natural provincial do monte Jiuding“. Essa é uma placa que anuncia um território ínfimo de proteção dos pandas, em meio a um universo de empresas que exploram a mineração, na China. Isso mesmo, o animal fofíssimo, símbolo da cultura chinesa também está sob risco.
É normal – infelizmente – ver nesses espaços, grandes engarrafamentos de caminhões, em seu sobe e desce das planícies – como nesse caso, em Sichuan, no sudoeste chinês –, carregados de minérios, como o fosfato e fábricas de fertilizante. Os bichos ficam acuados, com muito medo do som estridente das explosões, feitas para abrir novos veios de exploração mineral.
Mesmo que o governo do país se coloque em posição de grande combate a esse tipo de crime ambiental, a prática da exploração econômica acaba tendo um efeito inverso, com os animais sob constante ameaça da ação das empresas.
Dia 15 de abril, como forma de tentar calar a polêmica, houve anúncio da aprovação de delimitação de uma espécie de “linha vermelha” que limitaria a atuação das empresas, que não poderiam se instalar próximas a áreas de preservação.
A grande questão é, como sempre, econômica. O fosfato é uma importante matéria prima para a pujante indústria de fertilizantes chinesa. Por isso, não foi difícil, para esses empresários, achar a melhor forma de convencer o governo central chinês da importância de sua atividade econômica. Com isso, acabaram vendo se ampliar o perímetro de exploração do minério, mesmo que, para isso, tivessem de entrar em uma zona de proteção ambiental dedicada aos simpáticos e afáveis pandas.
Poderosos grupos empresariais, como o Hongda, conseguiram que zonas dentro da reserva ambiental montanhosa, fossem excluídas do âmbito de proteção ambiental, sugerindo outros locais para a proteção governamental. Com isso, ironicamente, o mapa de áreas de proteção se assemelha a um queijo suíço – cheio de “buracos”, como emendas que modificam esses limites, a todo momento. Consequentemente, o panda vê seus habitats naturais sendo invadidos e destruídos.
Entretanto, engana-se quem pensa que o risco seja “apenas” para as espécies animais. A ambição das corporações também afeta as pessoas que habitam esses locais montanhosos, uma vez que tais perfurações constantes abalam a própria estrutura do relevo, fazendo com que determinados pontos acabem desabando. Na época de chuvas, a situação se agrava, com a possibilidade de deslizamento de terras. Tudo isso também causa morte e destruição de áreas, antes, intocadas.
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Fonte foto: freeimages.com
Categorias: Animais, Informar-se
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