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Recentemente, uma revisão de 20 anos da literatura científica, feita pela Universidade de Maryland, trouxe à tona um problema alarmante: a gripe aviária H5N1, uma doença que já afetava principalmente aves, agora está infectando gatos domésticos com uma frequência preocupante. O estudo, disponível em formato preliminar no MedRxiv, destaca a evolução rápida do vírus e os riscos potenciais que ele representa não só para os animais, mas também para os humanos.
Desde seu surgimento, a gripe aviária H5N1 tem sido uma preocupação principalmente para aves migratórias e de criação. No entanto, a partir de 2020, essa cepa altamente infecciosa começou a se espalhar entre uma variedade maior de espécies, incluindo mamíferos. Os pesquisadores notaram um aumento drástico nos relatos de infecções entre gatos domésticos a partir de 2023, um sinal alarmante de que o vírus está se adaptando e se tornando uma ameaça mais ampla.
A pesquisa conduzida pela professora assistente Kristen Coleman, especialista em doenças infecciosas aerotransportadas na Escola de Saúde Pública da Universidade de Maryland, revelou que gatos domésticos podem contrair a gripe aviária H5N1 ao caçar aves selvagens infectadas ou consumir leite cru em fazendas. Mais preocupante ainda, há relatos de transmissão do vírus entre gatos, o que sugere que esses animais podem se tornar vetores da doença para humanos.
Embora a gripe aviária ainda não tenha se mostrado contagiosa entre humanos, o risco de transmissão não pode ser ignorado. Três pessoas nos Estados Unidos, que trabalharam com gado leiteiro infectado no Texas e em Michigan, contraíram a doença recentemente. Com a possibilidade de gatos domésticos se infectarem e potencialmente transmitirem o vírus para seus donos, veterinários e trabalhadores de abrigos de animais, é essencial estar vigilante.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA consideram o risco de contrair gripe aviária de animais de estimação baixo, mas recomendam precauções. Coleman sugere que os donos de gatos tomem medidas específicas para proteger seus animais e a si mesmos:
O estudo revelou que a taxa de mortalidade da cepa atual do H5N1 em gatos é de cerca de 67%, um número alarmante. Além disso, foram relatados casos de cegueira em gatos infectados. Desde o surgimento do H5N1 em gado leiteiro nos EUA, 21 gatos domésticos foram relatados como infectados, com sequências genéticas completas de duas dessas infecções já documentadas.
A gripe aviária, que uma vez parecia uma preocupação limitada a aves, está se mostrando uma ameaça emergente para outras espécies. A disseminação do H5N1 entre mamíferos, incluindo gatos, sugere que o vírus está evoluindo e adaptando-se a novos hospedeiros. Este desenvolvimento ressalta a importância de monitorar animais de estimação e outros mamíferos para prevenir potenciais surtos e proteger a saúde pública.
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Categorias: Animais
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