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Pouco se fala sobre os animais, quem dirá a diversidade de insetos que vivem no Brasil e menos ainda sobre os que são enquadrados em alguma categoria de ameaça de extinção.
Há mais de 1.200 espécies em categorias de ameaça, sendo que 37 já são consideradas extintas, segundo o Livro Vermelho da Fauna Brasileira (2018).
Continue lendo para você saber algumas das espécies de insetos que correm risco de extinção:
De acordo com o táxons válidos de espécies de insetos brasileiras, a distribuição por região do número total de espécies no Brasil, com 84.775 espécies sendo 10.251 endêmicas se dá da seguinte forma:
Segundo o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, o nível de ameaça das espécies de insetos é dividido assim:
OBS.: Lembrando os níveis CO ao VU estão dentro da categoria de ESPÉCIE AMEAÇADA.
É uma espécie raríssima de borboleta, tanto é que foi vista apenas duas vezes no estado de São Paulo, nos anos 1950 e 2000.
Recentemente, em 2020, foi encontrada pela terceira vez no Legado das Águas, a maior Reserva privada da Mata Atlântica do país.
A destruição do habitat da espécie Prepona deiphile deiphile (Godart, 1824) representa a principal ameaça, além da coleta dos raros exemplares.
Para a bióloga Dra. Laura Braga, especialista em borboletas e mariposas:
“A perda de habitat é, em sua maioria, causada pelas atividades humanas, como desmatamento, agropecuária e urbanização. Por isso, é de suma importância descobertas sobre a distribuição e biologia dessas espécies para gerar conhecimento científico e subsidiar planejamentos para a conservação da natureza”.
Nível de ameaça: VULNERÁVEL.
A formiga-gigante Dinoponera lucida (Emery, 1901), espécie endêmica da Mata Atlântica, embora descrita em 1901, ainda tem hábitos pouco conhecidos.
Têm coloração totalmente preta e podem medir até 4 cm.
Sofre com a fragmentação de habitat em decorrência da agricultura e pecuária, resultando no isolamento de populações, visto que elas se tornam incapazes de colonizar à distância.
Nível de ameaça: EM PERIGO.
Amydetes bellorum (Silveira & Mermudes, 2014) é um vagalume da família Lampyridae, encontrado no estado do Rio de Janeiro.
Conhecido apenas nos municípios de Itaguaí, Itacuruçá e em Ilha Grande (RJ), onde há uma forte urbanização e poluição luminosa.
Não há registros fotográficos de A. bellorum.
Nível de ameaça: EM PERIGO.
Conhecido como besouro-tesoura, Altitatiayus campoi (Grossi & Koike, 2011) é encontrado no Pico de Marins, em São Paulo, ameaçado pelo desmatamento.
Nível de ameaça: VULNERÁVEL.
No Brasil, ocorre exclusivamente no estado do Pará a espécie Phyllocycla bartica (Calvert, 1948), conhecida popularmente como uma das várias espécies de libélula. Não há registros fotográficos de P. bartica.
A perda de habitat para a agricultura, pecuária e hidrelétricas leva à fragmentação e declínio de suas populações.
Nível de ameaça: VULNERÁVEL.
Devido ao aumento da urbanização e da agropecuária, Parides klagesi (Ehrmann, 1904), uma espécie de borboleta da família Papilionidae, é encontrada isolada em um fragmento menor que 10 quilômetros quadrados no estado do Pará.
Acreditava-se que era endêmico da Venezuela antes de ser redescoberto no Brasil.
Nível de ameaça: CRITICAMENTE AMEAÇADA.
Mycetophylax simplex (Emery, 1888), uma espécie de formiga que ocorre apenas em áreas de restinga, que se encontram sob intenso processo de degradação e fragmentação, devido à especulação imobiliária e urbanização.
Até agora a distribuição geográfica conhecida da M. simplex incluía apenas o estado do Rio Grande do Sul, mas também foram encontradas colônias desta espécie em Florianópolis, em Santa Catarina.
Nível de ameaça: VULNERÁVEL.
De acordo com um estudo existem interações especializadas, entre abelhas Arhysosage cactorum (Moure, 1999) e espécies de cactos ameaçados de extinção no Pampa Gaúcho.
Pequenos cactos, como da espécie Parodia neohorstii, necessitam, para se reproduzir, da presença de Arhysosage cactorum, espécie de abelha solitária sob ameaça.
Essas abelhas são dependentes de cactáceas geralmente também ameaçadas existentes no Pampa (bioma que vem sendo degradado pela conversão em culturas anuais e silvicultura).
Nível de ameaça: VULNERÁVEL.
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Cunizza hirlanda planasia (Fruhstorfer, 1910) é uma borboleta registrada em poucas localidades no Planalto Central, parte de Minas Gerais, Goiânia e Distrito Federal.
Sofre com a perda e degradação de habitat, em função do desmatamento.
Nível de ameaça: VULNERÁVEL.
Melipona rufiventris (Lepeletier, 1836) também chamada de tujuba ou uruçu-amarela é uma abelha social brasileira, da tribo dos meliponíneos.
Também é conhecida pelos nomes populares teúba, tiúba, tuiúva e tujuva.
É encontrada somente no cerrado denso e cerradão. Seus ninhos são construídos em troncos ocos. Sofre com a redução do seu habitat, devido ao desmatamento.
Nível de ameaça: EM PERIGO.
A espécie Camelobaetidius maranhensis (Salles & Serrão, 2005) conhecida como siriruia, siriris e aleluia (cupins com asas), é encontrada no estado do Maranhão.
Sofre com as crescentes atividades agropecuárias na região que representam uma ameaça futura para a espécie.
Nível de ameaça: VULNERÁVEL.
Sabem as aleluias ou siriris que entram nas nossas casas nos dias quentes? Esse vídeo mostra esses insetos deixando o seu lugar de origem: o cupinzeiro! Esses machos e fêmeas alados tem o objetivo de se espalharem, reproduzirem, arrancarem as asas e iniciarem uma nova colônia! ❤️ https://t.co/cD8JRFY9B4
— Observações Naturalistas (@ObsNaturalistas) September 22, 2019
Morpho epistrophus nikolajewna (Weber, 1951) é uma espécie de borboleta branca e é encontrada com ocorrência reduzida na Mata Atlântica no estado da Paraíba.
Está ameaçada pela atividade agropecuária e pela ocupação urbana.
Nível de ameaça: CRITICAMENTE AMEAÇADA.
A maioria das plantas existentes na superfície terrestre depende de insetos polinizadores.
Por esse motivo, eles estão associados diretamente à manutenção da biodiversidade e segurança alimentar.
Alguns insetos se alimentam de matéria orgânica morta, sendo chamados de saprófagos.
Eles realizam a reciclagem de nutrientes, contribuindo inigualavelmente para o meio ambiente.
Muitos animais como aves, mamíferos e anfíbios, se alimentam de insetos.
Diante disso, podemos concluir que, se não fossem pelos insetos, muitas espécies estariam extintas por falta de alimento.
Muitas espécies mencionadas anteriores são pouquíssimo conhecidas (pelo baixo incentivo para a pesquisa em biodiversidade) e carecem de dados sobre sua área de ocorrência e outras informação sobre biologia.
Cada ser na Terra tem sua importância e singularidade na natureza.
Vamos preservar o planeta para que essas espécies continuem existindo e ajudando o meio ambiente!
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Categorias: Animais em extinção
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