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Endêmica da Flórida, Estados Unidos, uma abelhinha chamada de “abelha-carpinteiro-azul”, Osmia calaminthae, vem causando entre os pesquisadores americanos. Também pudera, além de raríssima, é azul, a natureza não é maravilhosa?
Trata-se de uma espécie totalmente nova e rara, avistada pela primeira vez recentemente em 2011, em matagais de pinheiros num raio de apenas 26 quilômetros quadrados restrito a quatro locais de habitat no também raro Lago Wales Ridge, na Flórida Central.
Chase Kimmel e Jaret Daniels, diretor do Centro McGuire para Lepidópteros e Biodiversidade do Museu de História Natural da Flórida são os responsáveis pela descoberta e pesquisa da nova espécie de abelhas.
Kimmel contou que quando encontrou as abelhas azuis em 2011, não tinha certeza se iria voltar a vê-las novamente, sendo que foi em 2016 a última vez que elas foram observadas.
Os pesquisadores afirmaram que foi uma grande e feliz surpresa elas reaparecerem e agora em maior quantidade, encontrada em três de seus locais previamente conhecidos e em seis locais adicionais a até 80 quilômetros de distância, uma excelente notícia em se tratando de uma espécie com grande risco de extinção.
O Plano de Ação Estadual para Vida Selvagem da Flórida lista a abelha azul como uma espécie de maior necessidade de conservação, e a pesquisa pode ajudar a determinar se os insetos preenchem os requisitos para entrarem na proteção sob a Lei de Espécies Ameaçadas.
Para o próximo ano, os pesquisadores pretendem registrar os hábitos das abelhas e especificar os locais onde elas vivem e compreender sua biologia.
Muito rara, as abelhas azuis foram consideradas “criticamente em perigo” pela organização de conservação, sem fins lucrativos, NatureServe.
A pesquisa conta com a ajuda de voluntários do Museu da Flórida que deram grande assistência no mapeamento e classificação de locais que poderiam ser encontradas as plantas que as abelhas polinizam, a Ashe’s calamint e assim auxiliar os pesquisadores no mapeamento do habitat.
É preciso entender que essas abelhas raríssimas também habitam lugares raros de paisagem única. O Lago Wales Ridge fica em terras estatais protegidas porque fazem parte da história geológica da Flórida. Outras espécies raras também podem ser encontradas lá. O lugar é realmente único.
A região já esteve submersa, então suas áreas de dunas funcionavam como ilhas isoladas, criando esses habitats de animais e plantas diferenciados.
De acordo com um relatório do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA, essa região foi considerada de maior biodiversidade do mundo e um dos ecossistemas que mais desaparecem no país.
Assim, como não poderia ser diferente, a rara abelha azul também depende de uma rara espécie de planta para polinizar. Trata-se de uma espécie ameaçada, uma planta florescente conhecida como Ashe’s calamint (nativa da Flórida e da Geórgia, foto acima).
Além de nova, endêmica e de habitat restrito, a abelha é azul!
Abelhas tem muitas variações de cores, mas azul, é especialmente diferente.
Tudo é especial nessa espécie.
Outra curiosidade é que ao contrário das abelhas que vivem em grandes colmeias, esse tipo prefere viver só, em pequenos buracos ou tocas existentes no solo, caules ocos e buracos em árvores mortas como ninhos.
A pandemia do coronavirus também vem afetando a pesquisa sobre as abelhas. O projeto vem sofrendo algumas baixas de pessoal, retenções e proibições ou impedimento de descolamento como medidas de prevenção e, há momentos que são cruciais, dependem das estações climáticas, do desabrochar das flores, da época de polinização, de reprodução, tudo interfere e está interligado e os pesquisadores estão preocupados.
Dimensionar ações que possam contribuir para a manutenção e sobrevivência das abelhas azuis, a começar pela proteção integral do habitat delas é a intenção dos pesquisadores que pretendem contar com a colaboração de um exército para que isso aconteça, o envolvimento total da comunidade de ampla assistência para gerar bons resultados.
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Categorias: Animais em extinção, Informar-se
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