Comparar os padrões de extinção terrestre e marinha com o que era antes, nos ajuda a ilustrar os impactos humanos sobre a fauna marinha em um contexto que possa nos direcionar rumo à sua recuperação. A defaunação começou para valer dezenas de milhares de anos mais tarde nos oceanos do que sobre os continentes, e embora tenha sido menos severo nos oceanos do que na terra, os seus efeitos sobre os animais marinhos estão aumentando em ritmo e impacto. Apesar deste começo “tardio”, os seres humanos já mudaram, drasticamente, praticamente todos os principais ecossistemas marinhos.
Os seres humanos vêm diminuindo profundamente a abundância de grandes e pequenos espécimes da fauna marinha, como as baleias e as anchovas. Tais declínios podem gerar ondas de mudança ecológica que vão tanto para cima, quanto para baixo na cadeia alimentar marinha, e pode alterar o funcionamento do ecossistema do oceano. Ações humanas também têm sido uma das principais forças de mudança evolutiva nos oceanos, reestruturando a genética das populações de animais marinhos. A mudança climática ameaça acelerar o colapso marinho durante o próximo século. A alta mobilidade de muitos animais marinhos ajuda, embora limitadamente, na capacidade de espécies marinhas de responder ao estresse climático, mas também expõe muitas espécies ao aumento do risco por outros fatores de estresse. Isso porque os seres humanos são intensamente dependentes de ecossistemas oceânicos para alimentação e outros serviços do ecossistema.
Três lições emergem quando se compara as experiências sobre o colapso das faunas marinha e terrestre:
* as atuais baixas taxas de extinção marinha ao invés de significarem que está tudo sobre controle, ao contrário, podem ser um prelúdio de um grande impulso no processo de extinção, semelhante ao observado nos continentes durante a revolução industria;
* para retardar efetivamente a extinção da vida marinha é preciso requerer e criar o maior número possível de áreas protegidas com uma gestão cuidadosa da matriz oceânica;
* a experiência terrestre e as tendências atuais de uso do oceano, sugerem que a destruição deste habitat é provável que se torne uma ameaça real, e cada vez mais dominante, para o oceano e toda sua vida selvagem ao longo dos próximos 150 anos;
Populações de animais marinhos foram seriamente danificados pela atividade humana. No entanto, a fauna marinha em geral está em melhores condições do que a fauna terrestre. Uma menor extinção de animais marinhos ocorreu; muitas escalas geográficas encolheram menos, e numerosos ecossistemas do oceano possuem vida selvagem mais abundante do que os ecossistemas terrestres. Consequentemente, a reabilitação significativa da vida marinha afetada está ao alcance dos gestores da preservação marinha. A dependência humana sobre a vida nos oceanos tem ligação direta com o destino da fauna marinha, e isto exige ações rápidas para diminuir o avanço do risco de sua extinção em grande escala.
A escala de extinção da fauna marinha é muito menos avançada, ainda que os seres humanos venham explorando a vida marinha por milhares de anos. Porém, a recente industrialização neste setor, iniciou uma era de intensas quedas na fauna marinha. Se esta exploração continuar neste ritmo, e se não for bem administrada, podemos prever com segurança que a alteração do habitat marinho, juntamente com as alterações climáticas, irá acelerar a extinção da vida marinha em grande escala, diz o estudo.
Leia também:
PESADO PELA PRIMEIRA VEZ TODO O PLÁSTICO DOS OCEANOS: 269.000 TONELADAS
Fonte foto: sciencemag.com
Categorias: Animais em extinção, Informar-se
ASSINE NOSSA NEWSLETTER