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O bicho homem é um dos grandes responsáveis pela extinção de outros bichos. O Brasil, em sua imensidão territorial (40% das florestas tropicais do mundo estão aqui), cortado por dois paralelos principais, a linha do Equador e a do Trópico de Capricórnio e com sua incrível variedade de climas, é também detentor do maior patrimônio de biodiversidade do mundo. E você saberia dizer quais são os animais brasileiros em extinção?
Aqui estão 13% de todas as espécies já descritas pela ciência. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação – Icmbio, nós temos mais de 120 mil espécies de invertebrados e cerca de 8930 espécies de vertebrados (711 de mamíferos, 1900 de aves, 732 de répteis, 973 de anfíbios, 3133 de peixes continentais e 1376 de peixes marinhos) e a proteção desse patrimônio é obrigação tanto do poder público brasileiro quanto de seus cidadãos.
Desta imensa biodiversidade faunística, o Icmbio caracterizou 1173 espécies, das 12.256 analisadas, em três graus de risco quanto à possibilidade de extinção, nos biomas terrestres brasileiros e no bioma marinho.
A classificação oficial varia de “Criticamente em perigo de extinção“, “Em perigo de extinção” a “Situação Vulnerável“.
A extinção dessas espécies é causada pelo desmatamento de áreas nativas, a fragmentação de habitats, a inundação de várzeas e o desvio de cursos de água na construção de hidrelétricas, assim como, obviamente, a poluição de águas, solo e ar pelo uso de agrotóxicos, o despejo de petroquímicos, esgotos e águas residuais e, também em grande partida, pela caça predatória com objetivo de comércio.
A tarefa de preservação é de responsabilidade da sociedade como um todo o que depende do nível de consciência dos cidadãos.
Conheça algumas das espécies mais ameaçadas:
Foto Ararajuba: wikipedia.org
ARARAJUBA (Guaruba guarouba) – “em perigo”. Arara amarela, endêmica do oeste do Maranhão e o sudeste do Amazonas. População de 3.000 indivíduos, em uma área de ocorrência que diminuiu em 40% nos últimos 30 anos.
CAIARARA (Cebus kaapori) – “criticamente ameaçada”. Vive na região conhecida como “arco do desmatamento”, leste do Pará e Maranhão.
CUÍCA-DE-COLETE (Caluromysiops irrupta) – “criticamente ameaçada”, esta espécie pode já estar extinta. Marsupial, é um polinizador, pois se alimenta de néctar, para além de frutos e pequenos animais
GATO-DO-MATO (Leopardus tigrinus) – “em perigo”, o “maracajá” (tupi), encontra-se em biomas florestais da América Latina, da Costa Rica à Argentina e é o menor dos gatos silvestres brasileiros.
SAUIM-DE-COLEIRA (Sanguinus bicolor) – “criticamente em perigo”, é um sagüi endêmico da região de Manaus, na Amazônia brasileira.
Foto Soldadinho-do-araripe: wikipedia.org
SOLDADINHO-DO-ARARIPE (Antilophia bokermanni) – “criticamente em perigo”. Vive no Ceará, Chapada do Araripe. Restam na natureza 177 casais capazes de procriação.
ARARINHA-AZUL (Cyanopsitta spixii) – “criticamente em perigo”. A espécie foi descoberta em 1986, na natureza já não é vista e, em cativeiro para reprodução só restam 79 indivíduos em cativeiro no mundo todo.
GUIGÓ-DA-CAATINGA (Callicebus barbarabrownae) – “criticamente em perigo”. Somente vive na Bahia e Sergipe. Contam-se ainda 300 indivíduos na natureza.
ARARA-AZUL DE LEAR (Anodorhynchus leari) – “em perigo”. Vive no norte da Bahia, atualmente só em reservas ecológicas
JACU-ESTALO (Neomorphus geofftoyi) – “criticamente ameaçada”. Originária da região de Boqueirão da Onça, interior baiano, depende da sua floresta original para sobreviver. Tem hoje uma população de 50 indivíduos.
Foto Morceguinho-do-cerrado: canalciencia.ibictanalciencia
MORCEGUINHO-DO-CERRADO (Lonchophylla dekeyseri) – “em perigo”. Esse morcego só existe na região do Distrito Federal, na Serra do Cipó (MG) e em Sete Cidades (Pi), em cavernas. É polinizador do cerrado.
RATO-CANDANGO (Juscelinomys candango) – “possivelmente extinto”. Só existia nos campos de cerrado do DF antes da construção de Brasília. O impacto de sua extinção é resultante da construção da cidade.
TATU-BOLA (Tolypeutes tricinctus) – “em perigo”. Espécie da caatinga e do cerrado, na região divisa entre Goiás, Bahia e Minas Gerais. Este tatu-bola não cava buracos, como os outros, por isso é mais exposto à caça.
ALLOBATES-BRUNNEUS – “em perigo”. Na Chapado dos Guimarães, bacia hidrográfica do Rio da Casca. Praticamente exterminado quando da construção da Hidrelétrica do Rio Manso. A extinção de sapos, e outros repteis, desequilibra todo o ecossistema.
Foto Aparasphenodon pomba: correiobrasiliense.com.br
PERERECA (Aparasphenodon pomba) – “criticamente em perigo”. Só habita os bambuzais nas baixadas da calha do Rio Pomba, em Cataguazes (MG).
BARRAQUEIRO-DO-NORDESTE (Automolus lammi) – “em perigo”. Já só é encontrada no Centro de Endemismo de Pernambuco.
MAÇARICO-RASTEIRINHO (Calidris pusilla) – “possivelmente extinto”. Espécie migratória que passava período não reprodutivo nas praias brasileiras. Nos últimos 25 anos verifica-se 90% de redução da sua presença.
CHOQUINHA-FLUMINENSE (Nyrnitgeryka fkyminensis)- “criticamente em perigo”. Possivelmente extinta ou com menos de 50 indivíduos na natureza.
MACACO-PREGO (Sapajus flavius) – “criticamente em perigo”. Descrito há 10 anos, habita áreas de mata em Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Sofreu redução de população em 50%, à causa dos desmatamentos.
MUTUM-DO-NORDESTE (Pauxi Mitu) – “possivelmente extinto”. Foi extinto em Alagoas e Pernambuco, durante a década de 80, pela expansão do programa Pró-álcool. Em cativeiro está procriando e poderá ser reintroduzido na natureza.
ZIDEDÊ-DO-NORDESTE (Terenura sichki) – “em perigo”. Ave muito sensível à alteração de seu habitat, ainda é vista em fragmentos de mata em Alagoas e Pernambuco.
Foto Cervo-do-pantanal: wikipedia.org
CERVO-DO-PANTANAL (Blastocerus dichotomus) – “vulnerável”. O maior cervo brasileiro, atingindo até 130 kg, ainda freqüente nas regiões dos rios Araguaia, Guaporé e Paraná, onde é furtivamente caçado.
JACU-DE-BARRIGA-CASTANHA (Penelope ochrogaster) – “vulnerável”. Espécie do pantanal e do cerrado, ocorrendo nos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
ARIRANHA (Pteronura brasiliensis) – “vulnerável”. Originária dos biomas Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Amazônia, hoje só vista nos dois últimos. Padece pela caça predatória e a extinção de peixes.
ANTA (Tapirus terrestris) – “vulnerável”. Maior mamífero terrestre brasileiro, pode pesar até 300 kg. Originária do Cerrado e Pantanal, onde suas populações estão em declínio acentuado pela redução do habitat.
ONÇA-PINTADA (Panthera onça) – “vulnerável”. Espécie encontrada em vários biomas brasileiros, é o símbolo do Pantanal onde ocupa 47% do bioma, com menos de mil indivíduos.
Foto Jacutinga: wikipedia.org
JACUTINGA (Aburria jacutinga) – “em perigo”. Antes ocorria do nordeste ao sul do Brasil. Atualmente só é vista no sudeste brasileiro e nas regiões limítrofes deste com Argentina e Paraguai. Estima-se em 2 mil indivíduos os ainda livres na natureza.
CARDEAL AMARELO (Gubernatrix cristata) – “criticamente em perigo”. É desta ave o mais belo canto dos pampas brasileiros (só ocorre no RGS), argentinos e uruguaios e, por isso mesmo, sofre pelas capturas ilegais.
PICA-PAU-DE-CARA-CANELA (Dryocopus galeatus) – “em perigo”. Só ocorre no Paraguai (leste), Argentina (nordeste) e no sul e sudeste brasileiros. Existem menos 2,5 mil indivíduos na natureza.
LOBO-GUARÁ (Chrysocyon brachyurus) – “vulnerável”. Ocupa ambientes de Cerrado e Pampa, estando crítica sua situação neste último bioma. É o único canídeo silvestre brasileiro.
Foto Baleia-azul: wikipedia.org
BALEIA-AZUL (Balenoptera musculus) – “criticamente ameaçada” no mundo todo, estima-se em 3 mil indivíduos sua população. Nas costas brasileiras é raramente vista em sua rota para a Antartida.
PEIXE-BOI-MARINHO (Trichescus manatus Linnaeus) – “em perigo”. Muito sensível à poluição hoje se estima em 500 indivíduos a população na natureza. O projeto “Viva o Peixe Boi Marinho” detecta sua presença no litoral entre Alagoas e o Amapá.
TARTARUGA-DE-COURO (Dermochelys coriácea) – “criticamente em perigo”. Tartaruga gigante, por ser a maior atualmente existente, ela mede até 2 metros de comprimento de casco e pesa até 900 kg. Tem uma única área de desova regular no Brasil, no litoral norte do Espírito Santo. Protegida pelo projeto Tamar.
TARTARUGA-DE-PENTE (Eretmochelys imbricata) – “criticamente em perigo” por conta da coleta de ovos e o abate de fêmeas para uso do casco. Tem áreas de reprodução no litoral norte da Bahia e Sergipe e no litoral sul do Rio Grande do Norte. Protegida pelo projeto Tamar.
TONINHA (Pontoporia blainvillei) – “criticamente ameaçada”. Esta espécie de golfinho não salta nem faz acrobacias, e morre afogado pelas redes de pesca de arrasto que percorrem o litoral. Ocorre entre o litoral do Espírito Santo e o litoral norte da Patagonia. A sua extinção terá efeitos muito graves na vida oceânica. É estudado pelo projeto Toninha.
Na teia da vida tudo está interligado, todos os seres pertencentes a um bioma ou ecossistema são importantes para todos os seus processos, para sua preservação, para a vida. Se os sapos deixarem de existir, os mosquitos aumentaram mais ainda a sua quantidade e nós, seres bípedes e pensantes, sofreremos as conseqüências. E as conseqüências da destruição da natureza, em parte ou no seu todo, são funestas para a espécie humana.
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Fonte foto capa PICA-PAU-DE-CARA-CANELA: youtube.com
Categorias: Animais em extinção, Informar-se
Publicado em 06/09/2022 às 11:01 pm [+]
Heey verry nicde blog!