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O Paquistão está debaixo d’água. O governo do país pediu ajuda internacional para enfrentar uma emergência de inundação que matou mais de 1.000 pessoas e ameaça deixar um terço do país (uma área aproximadamente do tamanho da Grã-Bretanha) debaixo d’água.
O ministro das Relações Exteriores, Bilawal Bhutto-Zardari, afirmou:
“No futuro, espero que não apenas o Fundo Monetário Internacional, mas a comunidade internacional e as agências internacionais realmente entendam o nível de devastação.
Eu não vi uma destruição dessa escala, acho muito difícil colocar em palavras… é avassalador.
Obviamente, isso terá um efeito sobre a situação econômica geral”.
Coincidência ou não, segundo as previsões de Baba Vanga, inundações e catástrofes climáticas no país já estavam para acontecer.
As inundações ocorrem em um contexto muito complicado para o país, que enfrenta uma grave crise econômica e uma profunda crise política.
De acordo com informações divulgadas hoje, 29, pela Autoridade Nacional de Gestão de Desastres (NDMA), ao menos 1.061 pessoas morreram desde o início das chuvas torrenciais em junho, 28 delas nas últimas 24 horas.
Mais de 33 milhões de pessoas foram afetadas pelas inundações e quase um milhão de casas foram destruídas ou muito danificadas.
As autoridades ainda não conseguiram chegar a vilarejos isolados nas zonas montanhosas do norte do país, o que provoca o temor de um número de vítimas ainda maior.
Sherry Rehman, senadora paquistanesa e ministra federal das Mudanças Climáticas, disse:
“O que vemos agora é um oceano de água submergindo distritos inteiros. Isso está muito longe de ser uma monção normal – é a distopia climática à nossa porta”.
Ainda, segundo a senadora, o aquecimento do clima está fazendo com que as geleiras nas regiões montanhosas derretam mais rápido do que o normal, exacerbando o impacto das fortes chuvas.
O Paquistão tem mais geleiras (aproximadamente 7.532) do que qualquer lugar fora das regiões polares.
As chuvas deste ano são comparáveis as de 2010, quando morreram quase 2.000 pessoas e que deixaram 20 % do país alagado.
A NDMA informou que mais de 80.000 hectares de terras cultiváveis foram devastados e mais de 3.400 km de estradas e 157 pontes foram destruídas pela força das águas.
Após quase duas semanas de chuvas sem trégua, restam apenas casas destruídas, escombros e pilhas de objetos entre poças de água marrom e lama.
O país do sul da Ásia enfrenta alta inflação e desvalorização da moeda.
O governo declarou estado de emergência e pediu ajuda à comunidade internacional.
As autoridades paquistanesas atribuem o clima devastador às mudanças climáticas dizendo que o Paquistão está sofrendo as consequências de práticas ambientais irresponsáveis em outras partes do mundo.
Assista ao depoimento da senadora Sherry Rehman:
Pakistan has never seen an unbroken cycle of monsoons like this.8 weeks of non-stop torrents have left huge swathes of the country under water.This is no normal season,this is a deluge from all sides, impacting 33 million plus people,which is the size of a small country. @dwnews pic.twitter.com/gYAbv9ldlH
— SenatorSherryRehman (@sherryrehman) August 28, 2022
Fonte: theguardian.com
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Categorias: Ambiente
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