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Vocês conhecem o conceito do Overshoot Day? Também chamado de Dia da Sobrecarga da Terra, é um cálculo que estipula uma data simbólica (específica para cada ano) que representa o dia em que a humanidade consumiu todos os recursos naturais que a Terra poderia regenerar em um ano.
Os dados se referem ao valor global, uma média que leva em conta o impacto de todos os países juntos, quando sabemos que alguns deles são mais ou menos desfrutadores dos recursos naturais do que outros.
Em 2022, o Overshoot Day é hoje, 28 de julho. O que significa que a partir de hoje estaríamos no vermelho ambiental, pois teríamos consumido todos os recursos sustentáveis que nosso planeta pode regenerar ao longo desse ano.
“Durante os 156 dias restantes, nosso consumo de recursos renováveis consistirá em roer o capital natural do planeta”, disse a Dra. Laetitia Mailhes, da Global Footprint Network.
O Overshoot Day ocorre cada vez mais cedo, cada vez mais nos primeiros meses do ano.
No início dos anos 70, a data era final de dezembro, então tínhamos apenas alguns dias de “dívida” com a Terra. Hoje chegamos ao final de julho, o que significa 5 meses de “dívida”.
Para fazer uma comparação, se antes apenas uma Terra bastava para todos, segundo os cálculos da Global Footprint Network, hoje precisaríamos de 1,75 planetas Terra para atender às demandas de toda a humanidade sem sobrecarregar o planeta.
Em 2020 o Overshoot Day caiu no final de agosto, em uma tendência contrária aos anos precedentes cujas datas vinham sendo constantemente adiantadas. O motivo foi a pandemia Covid-19 que fez todo mundo ficar em casa, consumindo o mínimo possível, economizando o CO2 emitido na atmosfera pelos meios de transporte.
Mas o trabalho remoto, embora tenha suas vantagens ambientais, faz mal para a saúde mental humana, como revelou uma pesquisa recente. Portanto, pandemias não poderão salvar a Terra fazendo com que o povo fique em casa.
A mensagem que o Overshoot Day que passar é a de não saquear os recursos do planeta como se não houvesse amanhã, em nome de manter a máquina do capitalismo funcionando.
Mas lembremos que fomentar um capitalismo verde é trocar 6 por meia dúzia.
Não é substituindo a carne de vaca por carne sintética ou carro a diesel por carro que elétrico que as coisas vão melhorar.
A questão é transformar a sociedade em pessoas mais preocupadas em crescerem espiritualmente, que em termos econômicos. Ser e não ter! E não parece ser esse o rumo que as coisas estão tomando.
Podemos fazer uso da Terra em simbiose com ela: não queimando, poluindo, destruindo e alterando os sistemas ecológicos que nos dão os seus frutos.
Podemos fazer uso do solo, da água e de todos os recursos de maneira responsável, conscientes do TODO que nos circunda, e não criando doença para vender remédio (pra gente, pra planta, pra bicho, etc)
Não fomentemos uma sociedade de consumo onde o plástico é rei, onde tudo ou quase tudo dependente dele para embalar, transportar, criar, etc. O plástico demora séculos para se decompor e é, sem dúvidas, o nosso maior problema ambiental.
Não fomentemos o especismo. Algumas espécies são queridinhas do homem enquanto outras são exploradas. Podemos manter um equilíbrio natural entre as espécies.
Se os recursos da Terra são exauríveis ou não, talvez não seja essa a discussão principal que devemos manter. Mas sim, como podemos fazer uso desses recursos de maneira responsável, amorosa, generosa, conscientes de que na natureza existem leis implacáveis: quem planta vento colhe tempestade.
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Categorias: Ambiente
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