Poluição do ar reduz expectativa de vida mais que cigarro e guerra


Não é à toa que necessitamos cada vez mais de ar limpo!

De acordo com um relatório do Índice de Qualidade de Vida do Ar (AQLI), a poluição do ar tem efeito mais devastador na expectativa de vida do que o fumo, a guerra e outras doenças.

Expectativa de vida reduzida

A poluição do ar é responsável por encurtar a vida de bilhões de pessoas, com o cidadão médio global perdendo 2,2 anos de vida em relação aos níveis atuais de poluição.

Se este cenário não mudar, isso somará 17 bilhões de anos de vida perdidos em todo o mundo.

Queremos o contrário: longevidade, boas condições e vida saudável!

Crise climática

O problema está sendo agravado pela crise climática, com altas temperaturas levando a incêndios florestais que aumentam a poluição do ar.

A queima de combustíveis fósseis (em particular o carvão) também ajuda a alimentar o problema.

Micheal Greenstone, professor e um dos cientistas que criaram o AQLI, explica:

“A poluição do ar é a maior ameaça externa à saúde humana no planeta e isso não é amplamente reconhecido, ou não é reconhecido com a força e o vigor que se poderia esperar”.

Ar limpo?

No Reino Unido, acredita-se que a poluição do ar seja responsável por até 36.000 mortes todos os anos.

Ruth, membro da Mums for Lungs, sofreu o impacto da poluição do ar na pele e conta:

“Meu filho começou a ter dificuldades respiratórias na onda de calor de 2018, a temperatura marcava em torno de 34 graus (Celsius)”.

Segundo ela, seu filho teve sete ataques de asma. Foi então que um médico diagnosticou que a poluição do ar poderia ser parte do problema.

As recomendações foram:

  • evitar andar em ruas movimentadas;
  • estradas principais;
  • e próximo ao tráfego.

Ao contrário da poluição plástica, onde as imagens de uma praia coberta de lixo mostram uma imagem direta das consequências, os efeitos na saúde respiratória não são tão claros visualmente.

A próxima ameaça à saúde

Não é apenas a poluição do ar que ameaça à saúde, mas uma série de outros impactos das mudanças climáticas que colocam nossos pulmões em perigo.

De acordo com um outro relatório da Economist Intelligence Unit (EIU), não bastasse os efeitos do COVID-19, as mudanças climáticas podem ser a próxima maior ameaça à saúde respiratória.

Foram identificadas cinco maneiras principais pelas quais as mudanças climáticas estão nos prejudicando:

  1. Temperaturas mais altas: podem aumentar os níveis de ozônio e com que frequência e quão graves as infecções respiratórias podem ser;
  2. Ondas de calor: a cada grau Celsius de aumento de temperatura, acredita-se que o risco de morte prematura para pacientes respiratórios seja seis vezes maior que o da população em geral;
  3. A quantidade de pólen no ar: o aumento das temperaturas e os níveis de dióxido de carbono estão aumentando a carga de pólen, expandindo a área onde as plantas podem crescer e estendendo sua estação;
  4. Alergias derivadas do pólen: além de aumentar a quantidade de pólen no ar, as tempestades podem fazer com que os grãos de pólen estourem, permitindo que eles penetrem mais profundamente em nossos pulmões e causem problemas de saúde.
  5. Eventos climáticos extremos: tempestades de poeira carregam pólen, vírus e esporos de fungos, partículas de incêndios florestais podem viajar até 1.000 km e tempestades fazem com que os níveis de pólen subam e levem a epidemias de asma.

O mais absurdo é que os acometidos são pessoas mais vulneráveis e desfavorecidas economicamente, enquanto as empresas e indústrias multimilionárias abastecem o capitalismo com fumaça tóxica na atmosfera.

Além disso, as mudanças climáticas estão afetando aqueles com condições de saúde subjacentes, como

  • asma;
  • ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

Os especialistas afirmam:

“Uma das principais descobertas deste relatório é que os problemas de saúde respiratória são realmente exacerbados pela crise climática, que está colocando pessoas vulneráveis ​​em risco e, na verdade, piorando a desigualdade em nossa sociedade.

Os problemas relacionados às ondas de calor afetam particularmente os idosos, de modo que as faixas etárias de 65 anos ou mais, mas também os bebês, onde os pulmões das crianças ainda estão em desenvolvimento, podem ser afetados por isso”.

O que pode ser feito para evitar essa crise de saúde?

Mums for Lungs é um grupo que trabalha pelo direito de todos ao ar limpo.

Eles lutam para que as autoridades enfrentem o problema da poluição do ar por meio de ações e compromisso com as diretrizes de ar limpo da OMS como parte da Lei do Meio Ambiente e a redução da propriedade de carros.

Uma das metas é tirar todos os carros a diesel das estradas até 2030.

A luta é de resistência contra à morte: para que os governos mundiais se responsabilizem e criem políticas públicas significativas imediatas e urgentes para proteção da população.

Antes que aconteça um colapso total.

Enfrentar os impactos da crise climática na saúde respiratória deve ser um esforço conjunto entre formuladores de políticas, empresas e profissionais de saúde.

É preciso priorizar a saúde respiratória na luta contra as mudanças climáticas e precisam ser tomadas ações significativas.

Desse modo, poderemos enxergar e acompanhar o progresso rumo a uma sociedade mais sustentável e saudável.

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Lara Meneguelli


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