Óleo do Nordeste: agora são 800 localidades e o problema está longe de ter solução


Estamos perto de completar três meses da invasão do óleo de origem misteriosa nas praias brasileiras.

O óleo, que contaminou as praias do Nordeste, seguiu se espalhando pelo Espírito Santo e acaba de chegar ao Rio de Janeiro. Agora, são cerca de 800 localidades atingidas, de acordo com Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), aumentando a dimensão de mais uma tragédia ambiental para o ano de 2019 no país.

O maior desastre ambiental do litoral brasileiro… longe de ser solucionado

Para o G1, o coordenador-geral do Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima), Pedro Bignelli, disse que o país perdeu o “timing” para lidar com o problema, que já é considerado o maior desastre ambiental do litoral brasileiro, ainda longe de ser solucionado.

“Quanto mais passa o tempo, mais difícil encontrar a origem das manchas de óleo. Você perde as conexões, precisa mapear as correntes e, como espalhou demais, puxar o fio da meada é complicado”, diz Bignelli.

Dados computados até o dia 25 de novembro mostram os seguintes registros das manchas de óleo, mês a mês:

• agosto – 4 localidades
• setembro – 118 localidades
• outubro – 172 localidades
• novembro – 478 localidades

É de se estranhar o flagrante aumento de pontos registrados no mês de novembro. A razão, segundo Bignelli, é que houve uma alteração metodológica do Ibama para registrar as manchas de óleo encontradas no litoral brasileiro.  Até novembro, o registro era feito a partir de relatos; agora, é feito considerando a distância de 1 km de praia. Logo, se uma extensão de 10 km de areia tiver sido tomada por óleo, serão registradas 10 localidades poluídas.

Embora existam várias hipóteses sobre a origem das manchas de óleo, nenhuma delas foi, ainda, confirmada pela Marinha.

A hipótese mais provável sobre a origem

Para Bignelli, a hipótese mais provável é que tenha havido um vazamento de um navio ou durante uma transferência de carga entre dois navios na corrente marinha a aproximadamente 600 a 700 km da costa brasileira. Entretanto, nada foi confirmado, já que nenhuma embarcação foi identificada como a causadora do problema, mesmo após já terem sido analisadas mais de 5 mil imagens de satélites.

Seguimos sem saber como as manchas surgiram e sem conseguir conter o seu espalhamento.

Contudo, algumas ações para tentar dar um fim mais adequado ao óleo recolhido têm sido feitas, como estas descritas nos links abaixo.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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