A controvérsia em torno da origem do óleo encontrado nas praias nordestinas ainda parece estar longe de ter um fim.
Após o Ministério da Defesa levantar a suspeita de que um navio de origem grega possa ser o responsável pelo derramamento de óleo encontrado nas praias do Nordeste, a empresa petroleira grega Delta Tankers emitiu uma nota afirmando que não há provas de que ela esteja envolvida com o fato.
Por outro lado, um estudo da Universidade Federal de Alagoas, através de imagens de satélites, levantou a hipótese de que o problema seja ainda mais profundo. As manchas de óleo detectadas pelo satélite indicam que o vazamento pode ter tido início abaixo da superfície do mar, ou seja que sua origem possa ser oriunda de atividades de perfuração.
A quantidade de petróleo identificada nas imagens da UFAL teria uma extensão tão grande que dificilmente poderia vir de um derramamento acidental.
Enquanto a origem do óleo segue incerta, o Ibama diz que satélites ‘não têm condições’ de apontar manchas de óleo no oceano, como noticiou o G1, porque algas ou partículas de chuva poderiam ser confundidas com óleo.
Em entrevista ao canal Record, Jair Bolsonaro sobre o vazamento do óleo no nordeste disse que “o pior ainda está por vir”:
“O que chegou até agora e o que foi recolhido é uma pequena quantidade do que foi derramado. Então o pior ainda está por vir, não sei se na costa do Brasil, se bem que as correntes, tudo indica, que foram para a costa do Brasil. E como é um petróleo com uma densidade pouco superior à água salgada não vem por cima, vem por baixo, pode ter passado pelo Brasil e retornado para a costa africana”, disse o presidente.
“Então nós temos um anúncio ainda de uma catástrofe muito maior que está por ocorrer por causa desse vazamento que, pelo que tudo parece, foi criminoso”, disse.
Explicando a declaração do presidente, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, disse, nessa segunda-feira (4), que ainda não é possível mensurar a quantidade de óleo que atingiu o litoral brasileiro, mas que já foram retiradas dele cerca de 4 mil toneladas de resíduos, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“É uma situação inédita. Esse desastre nunca aconteceu no Brasil e até no mundo. Esse tipo de óleo não é perceptível pelo radar, pelo satélite. Não sabemos a quantidade (de óleo) derramado que está por vir”, comentou Azevedo e Silva a partir de uma declaração do presidente Jair Bolsonaro de que “o pior está por vir”, segundo a revista Exame.
O ministro comentou, ainda, que o governo vem atuando em três eixos: apuração sobre responsáveis pelo derramamento, identificação das manchas de óleo no mar e contenção de danos nas praias.
Enquanto a mancha de óleo se alastra pelo litoral brasileiro, as dúvidas sobre a sua origem e como contê-la também se espalham. O que de pior ainda está por vir?
Categorias: Ambiente, Informar-se
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