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O governo brasileiro declarou que a origem do óleo que contamina as praias do Nordeste vem de um navio grego. Mas será mesmo verdade?
A Delta Tankers LTD, empresa cujo navio é suspeito de derramar óleo no mar brasileiro, está em conflito com as autoridades brasileiras, que fizeram uma apreensão nos escritórios que representam a Delta.
Entretanto, ao jornal O Globo a empresa respondeu, em nota, que
“até o momento, não houve conversa entre as autoridades brasileiras e a Delta Tankers, proprietária do navio Bouboulina. As autoridades brasileiras não entraram em contato com a empresa sobre uma investigação ou qualquer outro assunto”. A empresa ainda alega que:
“(A Delta Tankers) tem todos os dados e a documentação da passagem da embarcação da Venezuela para a Malásia, comprovando que ela não estava envolvida no derramamento de óleo”, afirmou a companhia, colocando-se à disposição para “cooperar na investigação, de bom grado”.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou que o navio é o “provável” causador do desastre ambiental, de acordo com as investigações que vêm sendo realizadas em parceria com a Polícia Federal.
Já o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) tem uma outra possível explicação para a história.
Por meio de satélites, o Lapis detectou um padrão nas manchas de óleo que indica poder o vazamento ser oriundo de atividades de perfuração.
“(…) pela primeira vez, encontramos uma assinatura espacial diferenciada. Ela mostra que a origem do vazamento pode estar ocorrendo abaixo da superfície do mar. Com isso, levantamos a hipótese de que a poluição pode ter sido causada por um grande vazamento em minas de petróleo ou, pela sua localização, pode ter ocorrido até mesmo na região do Pré-Sal”, alerta Humberto Barbosa, pesquisador do Lapis.
A análise se baseia, além das imagens, de um levantamento de informações sísmicas e de outras variáveis do local. A observação feita pelos satélites foi em uma área de exploração de petróleo, já registrada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Além das manchas encontradas no Nordeste, o pesquisador alerta que elas estão espalhadas em vários pontos do litoral brasileiro, porém, em menor quantidade.
“Essas imagens, capturadas pelo Sentinel-1A, mostram que há pequenas quantidades de óleo espalhadas pelo oceano, motivo porque o Brasil precisa estabelecer um monitoramento mais consistente do oceano. Mas a quantidade de petróleo identificada na imagem, próximo à costa da Bahia, é de uma enorme extensão”, comenta Barbosa.
A localização do óleo aponta que a origem do problema dificilmente poderia ser relacionada a um derramamento acidental.
O Lapis já enviou à Comissão do Senado responsável pelo acompanhamento da poluição por óleo no Nordeste as imagens de satélites, a fim de contribuir com as investigações.
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Fonte e fotos: UFAL
Categorias: Ambiente, Informar-se
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