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Terminou no sábado 13 em Glasgow, na Escócia a COP26, a Conferência entre as Partes cujo objetivo principal foi, e continua sendo, evitar que o aquecimento global ultrapasse 1,5 °C, transformando a Terra em um planeta insalubre e inabitável para muitas, se não para todas, as espécies.
O resumo da ópera está em um twitter da Greta Tunberg:
“A #COP26 acabou. Aqui está um breve resumo: Blah, blah, blah.
Mas o verdadeiro trabalho continua fora desses corredores. E nunca vamos desistir, nunca.
A menos que alcancemos cortes de emissões anuais imediatos, drásticos e sem precedentes na fonte, isso significa que estamos fracassando no que diz respeito a esta crise climática.
“Pequenos passos na direção certa”, “progredir” ou “ganhar aos poucos” é igual a perder.”
Greta que durante a cúpula já havia avisado: “podem enfiar a sua mudança climática no rabo“, é a principal representante da juventude que tem pressa e espírito crítico, pois os jovens se perguntam: por que raios o mundo conseguiu se unir no combate ao coronavírus mas não consegue se unir para colocar em ação um plano emergencial como aconteceu com a pandemia?
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Por que fazer promessas e acordos que precisam ser colocados em ação agora e não um dia, talvez, quando der?
Aliás, por que algumas leis ambientais já estabelecidas não funcionam? O fim do plástico, por exemplo, de vários tipos, descartáveis, sacolas, em muitos países estão proibidos mas continuam circulando…
O mundo inteiro, ou quase todo mundo, fez lockdown e se vacinou. A emergência com que a sindemia do coronavírus foi tratada mostrou que é possível mobilizar o mundo inteiro por uma única causa de saúde, mas com a questão climática, que é também uma grande causa de saúde, não há a mobilização necessária e esperada pelos ambientalistas.
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A pandemia é uma das consequências da crise climática. Isso foi falado e refalado em muitas ocasiões. Desmatamento e comércio de animais selvagens são facilitadores de zoonoses:
Enquanto a questão não for tratada com a devida emergência, vai ficar mesmo no blá, blá, blá para inglês ver.
In Glasgow, the world came together for our planet and people to finalise the Paris Agreement.
Countries at #COP26 increased their ambition and took real #ClimateAction.
With the Glasgow Climate Pact, 1.5 is within reach.#TogetherForOurPlanet pic.twitter.com/kVePvbwQsk
— COP26 (@COP26) November 14, 2021
Acordo enfraquecido, diz a Rai News italiana, fazendo um resumo da cúpula, levantando a opinião dos principais lideres ONGs na COP26.
Líderes mundiais falham em honrar o compromisso climático, diz a DW, dizendo que o fracasso maior se deu pelo fato de Índia e China se recusarem a aceitar a responsabilidade pelos danos causados pelas condições climáticas extremas.
No final das negociações uma cláusula sobre o uso do carvão, inédita e que já estava sendo considerada histórica, ficou a desejar por causa da Índia, que conseguiu de última hora adiar o fim do uso do carvão.
Veja o que disseram os principais lideres e ambientalistas sobre a 26ª cúpula da ONU pelo clima:
“Ainda há muito a ser feito nos próximos anos”, disse Boris Johnson, primeiro-ministro do país que sediou a conferência. “Mas o acordo é um grande passo”, comentou. “E o que é importante é que temos o primeiro acordo internacional para reduzir o uso de carvão e um plano para limitar o aquecimento global a 1,5°C” mais alto do que na era pré-industrial.
“A COP26 manteve vivos os objetivos do acordo de Paris, dando-nos a possibilidade de limitar o aquecimento global a 1,5°C”, afirmou a presidente da Comissão Europeia. “Avançamos no cumprimento dos três objetivos que nos propusemos no início da COP26 e isso nos deixa confiantes de que podemos proporcionar à humanidade um espaço seguro e próspero neste planeta. Mas isso não é tudo, não teremos tempo a perder, ainda há muito trabalho pela frente”.
“O resultado da COP26 é um compromisso”, disse o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. “É um passo importante, mas não suficiente. Ainda estamos batendo à porta da catástrofe climática.”
Para a WWF, a COP26 terminou “com decisões fracas em uma série de áreas importantes, incluindo adaptação, as chamadas perdas e danos e finanças climáticas mas há pontos significativos no texto que os países podem usar para aumentar as suas ambições climáticas a curto prazo e implementar políticas climáticas vinculativas, no entanto, o acordo menciona pela primeira vez subsídios aos combustíveis fósseis num texto final aprovado e este é um elemento importante, visto que é o reconhecimento da necessidade de acelerar os investimentos em energias limpas. Assegurando ao mesmo tempo uma transição justa”.
“É um acordo fraco e sem coragem”, diz Jennifer Morgan, diretora executiva do Greenpeace International. “O objetivo de limitar o aquecimento global para dentro do limiar de 1, 5 graus paira por um fio, mas um sinal claro foi dado: a era do carvão está terminando e isso conta. Embora a necessidade de reduzir drasticamente as emissões já nesta década seja reconhecida, os compromissos foram adiados para o próximo ano. Jovens que cresceram com a crise climática não serão capazes de tolerar novos adiamentos. Por que deveriam, quando estão lutando pelo futuro deles? ”
“Não é um resultado bom que poderia ser melhor. É um resultado ruim que poderia ter sido pior”, disse Nathan Thanki da Global Campaign to Demand Climate Justice.
“Esta cúpula foi um monte de mentiras e greenwashing, e me machuca fisicamente pensar nisso”, disse Mitzi Jonelle Tan, uma ativista climática do movimento Fridays for Future nas Filipinas “Estou tão triste, zangada e honestamente apavorada.”
“Para o Brasil, a grande mensagem que fica é a da força da pressão externa, da importância das relações internacionais, da pressão da sociedade, porque a gente entrou neta COP muito assustado por conta da nossa imagem no exterior que está muito ruim, então, que isso tudo mostra que a gente não pode ignorar o que está sendo discutido internacionalmente. Eu acho que a gente vai ter que olhar com cuidado para a questão do desmatamento, foi passada claramente a mensagem muito forte de que isso é importante para o mundo, isso é importante para cerca de 200 países. Não adianta o Brasil, o presidente atual, julgar que é uma bobagem”, diz Suzana Kahn, vice-diretora da COPPE/UFRJ e integrantes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.
“Quando chegar em casa amanhã, não poderei dizer para a minha filha ficar menos preocupada com o futuro. Apesar de alguns avanços pontuais, decisões fundamentais foram simplesmente adiadas, como se a humanidade tivesse tempo de esperar. O senso de urgência do último relatório do IPCC não existe no texto aprovado pela conferência. Não é mais possível medir o progresso da negociação segundo a régua do texto anterior. A única régua possível é a da ciência do IPCC, e a COP26 não reflete a urgência vista no relatório do painel dos cientistas do clima da ONU. Duvido que alguém que está com a vida e a família sob risco numa ilha do Pacífico ou no Nordeste do Brasil vá ficar satisfeito com o resultado”, diz Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima.
Leia AQUI o texto final do acordo climático obtido com as negociações da COP26
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Categorias: Ambiente
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