O misterioso derramamento de óleo que está deixando pássaros e tartarugas em agonia no Brasil

Petróleo espalhado por toda a parte no litoral do nordeste. Do início de setembro até hoje, 1500 quilômetros da costa do nordeste do Brasil foram praticamente invadidos por grandes manchas de petróleo que vem contaminando praias e rochas e deixando animais marinhos presos. A primeira ocorrência registrada foi em 2 de setembro, mas até agora pouco se sabe.

O certo é que as manchas de óleo já afetam quase cem locais ao largo da costa nordeste e provêm de petróleo estrangeiro.

Segundo dados do Ibama, 46 municípios foram atingidos em 8 estados (Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão), sendo que a maioria (41%) está localizada no Rio Grande do Norte.

Assusta o fato de que não se sabe de onde vem todo esse petróleo. A Petrobras examinou amostras e concluiu que elas não são brasileiras.

“O material – afirmaram representantes da empresa ao Ibama – foi jogado no mar há mais de um mês nas águas do Atlântico por um navio não identificado”.

• MATERIAL ENCONTRADO EM 39 PRAIAS É DERIVADO DE PETRÓLEO, AFIRMA MMA

An oil spill from an undetermined source is covering beaches on Brazil’s northeast coast, its environmental agency says pic.twitter.com/4ItZ9mHfmA

— Bloomberg TicToc (@tictoc) 27 de setembro de 2019

Os animais afetados

O óleo preto já afetou pelo menos nove tartarugas e uma Berta-menor-do-Atlântico (nome científico Puffinus puffinus), conhecida por sua longa migração. Segundo o Ibama, uma das tartarugas já foi devolvida ao mar e uma outra, enviada a um centro de reabilitação. Sete tartarugas foram encontradas mortas ou morreram logo após o resgate, enquanto nenhum pássaro sobreviveu.

Os moradores estão compartilhando vídeos e fotos de tartarugas e corvos-marinhos, além de gaivotas e outras aves, cobertas de óleo e em agonia. A recomendação do Ibama é que, nesses casos, a população apele aos órgãos ambientais competentes para que os animais sejam avaliados antes de serem devolvidos ao mar.

Até o momento, não há sinais de que peixes e moluscos estejam contaminados, segundo o Ibama, mas o Instituto recomenda que nadadores e pescadores não tenham contato com o petróleo bruto.