Relatório de choque da ONU: não há mais tempo, já aumentamos 1,1°C. Compromissos concretos são urgentes


Um novo relatório encomendado pelas Nações Unidas e publicado no domingo (22) lançou o alarme do aquecimento global e destaca a necessidade urgente de encontrar soluções para evitar o aumento adicional das temperaturas.

O relatório United In Science (Unidos pela Ciência) se antecipou à principal cúpula climática da ONU e mostra como estamos atrasados na corrida para evitar desastres ambientais causados pelo aquecimento global: o planeta está se aquecendo como nunca antes.

De acordo com os dados divulgados pelas Nações Unidas, o quinquênio que está prestes a terminar será o mais quente de todos os tempos, com uma elevação média de 1,1 graus Celsius em relação às temperaturas registradas desde os tempos pré-industriais e até 0,28 °C superior aos cinco anos anteriores, ou seja, de 2011 a 2015.

Para chegar a essas conclusões dramáticas, os pesquisadores do Comitê Científico do Climate Action Summit examinaram os dados sobre a crise climática coletados por oito organizações de pesquisa diferentes. Todos concordam em demonstrar como a superfície da Terra vem se aquecendo de forma constante.

Além do perigoso aumento das temperaturas globais, as outras más notícias dizem respeito às emissões de dióxido de carbono provenientes dos combustíveis fósseis, à aceleração da acidez da água do mar e ao aumento do nível do mar. O dióxido de carbono, em vez de diminuir, cresceu 2% em 2018, atingindo um nível recorde de 37 bilhões de toneladas.

As políticas adotadas até o momento para deter os efeitos das mudanças climáticas não foram e não serão suficientes para atingir as metas estabelecidas no acordo de Paris.

O acordo, assinado em 2016 por 195 países, tem como principal objetivo limitar o aumento da temperatura global a menos de 2°C até 2100.

Para atingir esse objetivo é essencial reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa a partir de 2020. No entanto, de acordo com o novo relatório, é improvável que se obtenha um resultado semelhante e as temperaturas deverão aumentar ainda mais, chegando a uma elevação de 3 graus Celsius até 2100.

Para evitar esse cenário, o que estamos fazendo não é suficiente: os esforços climáticos precisam ser triplicados, se não quintuplicados.  Precisamos parar de usar combustíveis fósseis, investir em energias renováveis e em soluções para nos adaptarmos aos efeitos das mudanças climáticas e é necessário fazê-lo imediatamente, porque, infelizmente, temos muito menos tempo do que pensamos para lidar com a emergência climática.

“Essa nova avaliação é outro lembrete que nos faz refletir sobre o estado crítico da crise climática e um apelo aos governos, às empresas e à sociedade civil para que ajam com mais determinação e agressividade na redução das emissões de gases de efeito estufa”, afirmou Pep Canadell, um dos autores do relatório.

Segundo as Nações Unidas, são necessárias ações muito rápidas e “sem precedentes” para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e alcançar as metas estabelecidas no acordo de Paris.

Os governos devem agir imediatamente: as Nações Unidas estão pedindo e milhões de manifestantes foram às ruas em 150 países ao redor do mundo na última sexta-feira e estão participando da semana da greve global pelo clima.

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Redação greenMe

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