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Dezoito celebridades veganas, entre elas o ator Joaquim Phoenix, o cantor Moby, a atriz Billie Eilish, o ator Alan Cumming, a atriz Evanna Lynch e a atriz Alicia Silverstone enviaram uma carta ao presidente da COP26, 26ª conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, programada para acontecer entre 31 de outubro e 12 de novembro, na Escócia.
Segundo o site de notícias VegNews, a carta destaca a importância de incluir a pecuária nas negociações e acordos climáticos, recordando que esta atividade tem um impacto prejudicial sobre o clima do nosso planeta.
Esta carta ressalta que a pecuária é uma indústria destrutiva que contribui de 14,5% a 16,5% por todas as emissões antropogênicas (derivadas das atividades humanas) de gases de efeito estufa (GEE) globalmente, por isso é a pecuária é a segunda maior emissora de gases efeito estufa GEE, no mundo.
Um dos trechos da carta diz:
“Como a pecuária é uma fonte importante de emissões de gases de efeito estufa, é impossível cumprir as metas estabelecidas no Acordo de Paris sem fazer mudanças em nosso sistema alimentar global.
Mesmo se todas as outras principais fontes de emissões fossem reformadas, ainda assim ficaríamos aquém.
Os cientistas concordam, incluindo os 107 especialistas que prepararam o relatório para o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU.
Estamos à beira de uma catástrofe climática e, como disse a ativista climática Greta Thunberg, ‘nossa casa está pegando fogo’”.
Esta carta é um apoio à campanha #TheCowIntheRoom, criada pela Humane Society International (HSI), como uma forma de conseguir que a pecuária seja incluída, de fato, na pauta da agenda da COP26.
Nesse contexto, essa campanha tem por objetivo que o presidente da COP26 inclua 3 tópicos para serem tratados durante a conferência do clima:
Apesar da indústria pecuária utilizar 83% das terras agrícolas do mundo, ela fornece apenas 37% da proteína mundial e é responsável por apenas 18% das calorias.
Além dessa desvantagem, a pecuária traz prejuízos como:
Julie Janovsky, vice-presidente da Humane Society International, esclarece o motivo da necessidade de incluir a pecuária na pauta da COP26:
“Se quisermos seriamente evitar a catástrofe climática, é imperativo que os líderes mundiais reconheçam e ajam para eliminar todos os principais impulsionadores da mudança climática, incluindo a pecuária industrial.
A criação intensiva de animais é insustentável e transformar nossos sistemas globais de alimentos em dietas mais baseadas em vegetais é uma das medidas mais eficazes de mitigação do clima que podemos tomar.
A COP26 oferece uma oportunidade vital para os líderes mundiais assumirem compromissos significativos para enfrentar as mudanças climáticas, restaurar a biodiversidade e ajudar a acabar com a crueldade causada pelas fazendas industriais.”
Com todas essas informações, fica evidente que a humanidade precisa acordar para o fato que suas escolhas de consumo e hábitos alimentares, são responsáveis pelo sofrimento de animais, a devastação da natureza e o aquecimento global.
E essa questão não é algo apenas ético ou filosófico, porque até a ciência confirmou, através de vários estudos, entre estes um estudo de Oxford de 2018, publicado na revista Science, que aponta como melhor forma de reduzir a destruição ambiental, a remoção dos produtos de origem animal da nossa alimentação.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas passaram cinco anos coletando dados de quase 40.000 fazendas, em 119 países, investigando o impacto ambiental da produção de 40 alimentos, o equivalente a 90% de todos os alimentos consumidos na Terra.
Este estudo concluiu que se as pessoas deixassem de comer produtos de origem animal, haveria uma redução da pegada de carbono em 73% e, além disso, se a produção de carne e laticínios parasse, o uso de terras agrícolas, de forma global, seria reduzido em 75%.
Se cartas, estudo e relatórios ainda são pouco para mostrar que a pecuária e o hábito de consumir animais são destrutivos, tem ainda imagens, mostradas em um filme que estreou recentemente nos cinemas, que é o documentário Eating Our Way to Extinction (Comendo nosso caminho para a extinção).
Este filme é narrado pela atriz Kate Winslet, do filme Titanic, e revela como a pecuária é a causadora da crise climática.
Veja os 3 trailers deste documentário no canal Eating Our Way to Extinction.
O filme mostra a relação da pecuária com os diversos prejuízos causados pelas alterações climáticas e como corrigir isso.
Veja alguns pontos tratados no filme:
Leia mais:
A solução apontada por várias autoridades e especialistas para conter a crise do clima é também é defendida pelo movimento internacional Plant Based Tready–PBT (Tratado baseado em Plantas), que tem como co-fundadora a ativista vegana Anita Kranjc.
A campanha PBT se baseia em 3 princípios:
Parar de alocar recursos para expandir a pecuária.
Promover uma transição ativa da produção baseada em animais para a produção baseada em plantas
Impulsionar a restauração de ecossistemas destruídos pela pecuária.
Esta campanha conquistou o apoio de pessoas influentes e a meta é fazer com que 10 milhões de indivíduos, 10.000 organizações, 10.000 empresas e 50 cidades endossem, participem e apoiem esta campanha, até 2023, antes do evento Global Stocktake (Estoque global) do Acordo de Paris (Tratado Internacional sobre mudança climática).
Leia também:
Além das celebridades, ativistas e especialistas que defendem a mudança de perspectiva alimentar, instituições como a Food and Agriculture Organization-FAO (Organização para Alimentação e Agricultura), também coletaram informações que atestam a necessidade de rever as escolhas alimentares.
Confira o relatório da FAO ->AQUI
Outra organização político-cientifica, no âmbito das Nações Unidas, Intergovernmental Panel on Climate Change-IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), que foi citada na carta das celebridades, tem um relatório bem detalhado com informações abrangentes sobre as mudanças climáticas.
Entre os resultados que constam neste relatório do IPCC tem-se que, se as emissões de gases estufa continuarem aumentando, o aquecimento global se intensificará ainda mais e é provável que ocorram efeitos negativos em larga escala à vida na Terra e para todos os ecossistemas
Veja mais informações do IPCC ->AQUI
Como visto, motivos não faltam para rever as escolhas alimentares, de produção e consumo.
A decisão pela mudança está nas mãos de cada um de nós!
Qual é a sua escolha?
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Categorias: Ambiente
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