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Muitos de nós estamos mais conscientes sobre a finitude dos recursos naturais. Talvez aquele que, emergencialmente, mais nos preocupe seja a água. Mas a escassez de muitos outros são igualmente preocupantes, como por exemplo a areia.
Quando você esteve de férias admirando aquele mar azul lindo com os pés na areia não deve ter imaginado que aquela infinidade de grãos poderia estar com os dias contados, porque a velocidade com que estamos utilizando esse recurso tem dificultado a natureza a renová-lo.
A areia é um dos materiais mais explorados em todo o mundo, informa uma reportagem da BBC que alerta sobre o risco de escassez de vários recursos naturais. Ela tarda milhares de anos para formar-se por meio da erosão do solo. Mas a velocidade com que é utilizada em larga escala pela construção civil, filtragem de água e fabricação de vidro não está dando tempo ao seu processo natural.
O problema chegou a tal ponto que um grupo de pesquisadores publicou na revista científica Science um alerta sobre esse problema ecológico ignorado pela maioria de nós. Aliás, um problema de difícil solução, por que como estipular uma quantidade sustentável de uso de areia por pessoa?
“A escassez de areia é um problema emergente, com enormes implicações sociopolíticas, econômicas e ambientais. Globalmente, areia e cascalho compreendem de 68–85% dos 47–59 bilhões de toneladas de materiais minerados anualmente, e essa porcentagem está aumentando rapidamente”, escreveram os pesquisadores na Science.
Dentre os efeitos negativos causados pela escassez de areia estão
O artigo esclarece, ainda, que mais estudos são necessários para entender o problema da areia no mundo. Sabe-se que, em algumas regiões, o recurso é escasso, entretanto, é desconhecida se “a demanda por areia excede a oferta”. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) estima que o consumo anual de areia e brita, em nível global, é de cerca de 40 bilhões de toneladas.
Estudos geológicos afirmam que as reservas de areia devem durar alguns milhares de anos. Mas, se considerarmos as reservas acessíveis, elas devem ser suficientes por décadas, ou, talvez, séculos, informa o portal Terra.
A sugestão dos pesquisadores do artigo da Science é de que os países passem a calcular o orçamento de areia e que a utilizem de forma consciente.
O país que, atualmente, mais consome areia é a China, onde a construção civil se desenvolve de forma galopante. O Instituto Alemão de Geociências e Recursos Naturais (BGR), sediado na cidade de Hannover, acredita “que a China consuma, por uma margem considerável frente a outros países, a maior quantidade de areia”, seguida de EUA, Taiwan, Hong Kong, Cingapura – e, na Europa, a Alemanha.
Com a lei da oferta e da procura, a areia é um produto de importação para países como Dubai ou Abu Dhabi, que importam milhares de toneladas de areia, anualmente, da Austrália para seus projetos de construção, mesmo havendo desertos em seus territórios.
O mesmo ocorre em Cingapura, onde a maior parte da areia é importada da Indonésia. A consequência disso é que mais de 20% das ilhas indonésias já desapareceram. Isso fez o governo do país decidir deixar de fornecer o material para Cingapura.
A costa da África tem, também, padecido do mesmo problema: em Zanzibar, as praias estão desaparecendo em benefício de projetos construtivos no continente africano.
Quem poderia imaginar que grãos de areia fossem tão valiosos e estariam transformando a paisagem mundial?
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Categorias: Ambiente, Informar-se
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