De acordo com informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de queimadas registrados até o dia 18 de agosto cresceu 70% em relação ao mesmo período do ano passado. Mato Grosso, Pará e Mato Grosso do Sul apresentam o maior número de focos de incêndio.
Segundo especialistas, a situação se difere dos anos anteriores porque agora não há fenômenos naturais, como o El Niño, influenciando o cenário. Embora este seja o período em que as secas ocorrem, durante o qual cresce a incidência dos incêndios naturais em biomas como o Cerrado, por exemplo, tudo indica que a maior parte das queimadas atuais tenham sido provocadas pela ação do homem.
Como explica o gerente do Programa Amazônia do WWF Brasil, Ricardo Mello, diferente do cerrado, quando se fala da Amazônia não há processos naturais que provoquem queimadas:
“Todo fogo [na região amazônica] é de alguma forma iniciado pelo ser humano. Então esse aumento é diretamente causado pela ação do homem”, afirmou em entrevista ao portal de notícias UOL.
Segundo as informações divulgadas pelo Inpe no início de agosto, o desmatamento cresceu 278% em julho e o aumento acumulado em um ano foi de 50%. A divulgação desses dados esteve no centro da crise que culminou com a demissão do diretor do órgão, Ricardo Galvão, que repercutiu no mundo inteiro.
No entanto, para Mello, as queimadas de agora são parte do processo de desmatamento:
“Depois de desmatar, coloca-se fogo na área. Boa parte do desmatamento que cresceu e vem sendo notícia está se revertendo agora nessas queimadas”, explicou.
A fumaça proveniente das queimadas vem afetando a vida da população em diversas regiões do país. Em Porto Velho, por exemplo, voos foram cancelados.
Dois dos três estados com maior número de queimadas integram a chamada Amazônia Legal, uma área de mais de 5 milhões de metros quadrados, equivalente a dois terços do Brasil. A região engloba nove estados da federação, correspondendo à totalidade dos territórios do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.
Apesar da Amazônia ser o bioma mais afetado, outras áreas do país já sentem os reflexos da degradação ambiental: nesta segunda-feira, São Paulo foi envolvida por uma nuvem escura, transformando o dia em noite na principal metrópole da América Latina. Os especialistas ouvidos pelo G1 alegaram que o fenômeno é resultado do encontro de massas de ar de diferentes densidades (ar frio polar na capital e ar quente vindo do interior), potencializado pela fumaça das queimadas na Amazônia, trazida pelo vento.
É muita tristeza…pensar na vida queimando floresta adentro…
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Fonte foto: Reuters-UOL
Categorias: Ambiente, Informar-se
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