Eventos climáticos extremos serão o “novo normal”, afirma Painel Climático Global


Um estudo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) afirma que eventos climáticos extremos serão cada vez mais frequentes.

Isso significa que chuvas torrenciais, elevação do nível do mar, secas, temperaturas extremas serão habituais no século XXI, ainda que as tentativas humanas para conter as emissões de CO2 sejam levadas a sério.

Esses fenômenos, segundo o estudo, devem-se estritamente à ação humana na Terra, não estando relacionados ao ciclo próprio do planeta. Essa constatação estará no novo informe do IPCC a ser lançado na próxima segunda-feira, informa a coluna de Jamil Chade para o UOL.

O grupo de pesquisadores envolvidos no estudo recebeu o prêmio Nobel da Paz por constatar que as mudanças climáticas já eram uma realidade. Mas, agora, eles indicam que o cenário é bem mais grave do que previram há cerca de dez anos.

O texto, que foi elaborado por mais de 240 cientistas e contém quase 4 mil páginas, assegura que:

“Influência humana aqueceu o sistema climático a uma taxa que não tem precedentes nos últimos 2 mil anos”.

Em 2021, estamos assistindo a eventos atípicos relacionados ao clima: calor excessivo nos Estados Unidos e Canadá, temporais na China, inundações provocadas pela chuva na Alemanha e Bélgica, incêndios no litoral da Turquia. Sobre esses tipos de fenômeno, o texto afirma que:

“É praticamente certo que a frequência e intensidade do calor extremo e a intensidade e duração das ondas de calor aumentaram na maioria das regiões terrestres desde 1950, enquanto os extremos frios se tornaram menos frequentes e severos. As ondas de calor marítimas se tornaram mais frequentes no século 20 e a influência humana contribuiu muito provavelmente para 84-90% desses casos desde pelo menos 2006”.

O IPCC defende que essas variações extremas não podem ser explicadas apenas pela natureza, visto que as oscilações de temperatura estão relacionadas às emissões de CO2. O nível atual de variabilidade de temperatura na Terra foi registrado somente há mais de 3 milhões de anos.

Só não vê quem não quer

Na última década, por exemplo, a cobertura de gelo no mar Ártico foi a mais baixa desde 1850 e a elevação média do nível do mar, por causa do degelo, subiu vertiginosamente a partir de 1900 como nunca se viu antes em 3 mil anos.

O informe defende que, a partir de 2030, os efeitos das mudanças climáticas serão ainda mais perceptíveis.

A foto abaixo representa o futuro. Não à toa viralizou.

A foto de Mishka Bochkaryov mostra os recentes incêndios florestais na Turquia onde mais de 180 incêndios mataram pelo menos oito pessoas, devastaram florestas e terras agrícolas.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, está sendo duramente criticado pela resposta lenta e ineficiente de seu governo ao desastre.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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