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Com a intensificação do aquecimento global, modelos indicam que o nível dos oceanos poderá subir de algumas dezenas de centímetros a alguns metros até o fim do século.
É notório o caso da Holanda, que não por acaso também é conhecida como Países Baixos, onde dois terços da população vive abaixo do nível do mar, graças a um complexo sistema de diques e barragens, que terá que ser fortalecido para evitar uma tragédia nas próximas décadas.
Outro cartão postal ameaçado de submersão é a cidade de Veneza. O governo italiano está investindo mais de 9 bilhões de euros no Projeto Mose, para construir um sistema de barreiras a ser concluído em 2016, para salvar a cidade, patrimônio cultural reconhecido pela UNESCO, de ser engolida pelo mar.
Agora, conheça três países ameaçados de desaparecimento no oceano – o que pode fazer com que centenas de milhares de pessoas tenham que fugir, engrossando as hordas dos refugiados pelo clima. Mas esses refugiados ambientais não vivem em regiões desérticas: trata-se, no caso, de cenários paradisíacos nos Oceanos Índico e Pacífico, que podem desaparecer sob as águas por causa do derretimento de gelo nos polos e o consequente aumento do nível do mar.
Estima-se que Kiribati seja o primeiro país a perder todo o seu território em razão do aquecimento global. Em 2008, governantes do país solicitaram à Austrália e à Nova Zelândia para que aceitem seus cidadãos como refugiados permanentes.
Em 2012, o governo do país comprou 2.200 hectares em Vanua Levu, Fiji. Contudo, não há plano de evacuar toda a população para Fiji, e a exortação feita pelo Presidente Anote Tong seu povo, para que evacuem as ilhas, não especificou para onde. Uma das ideia do Presidente Tong seria a construção de ilhas artificiais, como as de Dubai.
De acordo com o Pacific Regional Environment Programme, duas ilhotas desabitadas, Tebua Tarawa e Abanuea, já foram submersas em 1999. Alguns habitantes já tiveram que se mudar para pontos mais altos nas ilhas em razão do aumento no nível do mar. Algumas vilas, inclusive, já foram completamente inundadas.
Na ilha Tarawa do Sul, já há um paredão para proteger as propriedades que ficam em áreas inundáveis. Entretanto, essa estratégia não passa de um paliativo.
A República das Maldivas é detentora de alguns interessantes recordes mundiais: o ponto mais alto de suas mais de mil ilhas fica apenas 2,4m acima do nível do mar! A média de altitude de apenas 1,5m, e o risco de ter que evacuar parte de sua população de aproximadamente 330mil habitantes ainda neste século, motivaram, em2008, a criação de um fundo, com recursos originados do turismo nas ilhas, para a aquisição de terras na Índia, Sri Lanka e Austrália para abrigar seus habitantes.
Outro arquipélago com situação similar, a altitude média em Tuvalu é de apenas 2m acima do nível do mar. Além do problema das inundações em si, o aumento do nível da água salgada no subsolo também pode causar sérios danos às plantações no conjunto de atóis.
As mudanças no nível do mar são perceptíveis para os habitantes nos últimos quinze anos, havendo se iniciado inundações regulares em áreas mais baixas, inclusive no aeroporto, em dias de maré muito alta.
Por essas razões, o negociador-chefe tuvaluano Ian Fry recusou-se a assinar o documento final da Conferência sobre Mudanças Climáticas em Copenhague 2009, alegando que isso representaria “trair seu povo e seu futuro”.
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Categorias: Ambiente
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