Novo IDH Verde rebaixa os países desenvolvidos, ricos às custas da natureza


O Índice de Desenvolvimento Humano da ONU recebeu uma nova categoria que leva em consideração as emissões de dióxido de carbono e a pegada ecológica dos processos produtivos. Isso fez com que países desenvolvidos perdessem algumas posições.

O IDH global foi criado em 1990 pela Organização das Nações Unidas como forma de medir o progresso de cada país, sem levar em consideração os índices econômicos. O intuito desse índice é mensurar a desigualdade social e as diferenças de gênero.

Agora, o novo IDH conta com um novo indicador para determinar o índice de desenvolvimento de um país. É o IDHP, ou IDH Verde, que leva em conta as emissões de dióxido de carbono e a pegada ecológica dos processos produtivos.

Essa mudança fez com que países como Noruega, Luxemburgo, Islândia, Austrália e Estados Unidos perdessem posições no ranking. A Noruega, por exemplo, era o país mais desenvolvido segundo o antigo IDH, com pontuação de 0,957 até 2020.

No caso da Noruega, o novo IDH fez com que ela caísse até 15 posições no ranking, porque o país é um grande exportador de petróleo, incentivando a queima de combustíveis fósseis em outros países. Pior que a Noruega está Luxemburgo, que chegou a perder mais de 130 posições.

O índice varia entre 0 a 1, ou seja, quanto mais próximo de 1, melhor. Já o novo IDHP possui um índice menor do que o IDH anterior.

Por outro lado a nova classificação fez com que países como o Brasil subissem 10 posições no ranking.

Expondo a hipocrisia

A questão é interessante! O novo índice está expondo a hipocrisia dos países ricos, segundo
avaliou o economista Pedro Fernando Nery para o Estadão. Isso porque, o novo índice mostra que os países ricos, onde as pessoas têm saúde, educação, segurança, são também os que mais emitem gases de efeito estufa. Portanto eles têm um bem-estar custoso à natureza.

Para o PNUD, o desenvolvimento humano continua sendo o objetivo central, mas é hora avaliar como será possível construir tal desenvolvimento, com base nos novos valores ambientais que urgem.

A professora do instituto de energia e ambiente da USP, Virgínia Patente, explica que essa queda brusca da classificação dos países ricos no IDH Verde ocorre devido ao estilo de vida que inclui, entre outros hábitos, alto consumo de combustível.

Veja o vídeo abaixo a reportagem da TV Cultura para se aprofundar sobre o tema, e acesse -> AQUI para fazer o download do relatório com a nova classificação do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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