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A capacidade de armazenamento de água radioativa da usina nuclear de Fukushima está se esgotando. O Japão vem estudando há algum tempo uma maneira de despejar essa água no oceano, mas a preocupação com contaminação é grande.
Mesmo assim, o Japão decidiu nesta última terça-feira, 13, que irá tratar a água radioativa e fará sim o despejo dela no mar. Essa decisão provocou discussões entre os países vizinhos, pois afetará principalmente as atividades de pesca e a saúde dos moradores próximos.
De acordo com informações do DW, o primeiro despejo será realizado em dois anos, depois que a empresa Tepco (Tokyo Electric Power) fizer o tratamento para remover isótopos nocivos e tornar a água menos tóxica possível.
Estamos falando de aproximadamente 1,3 milhão de toneladas de água contaminada que vem sendo armazenada desde 2011, quando um terremoto e um tsunami atingiram a região e tornaram a usina inativa.
Para tentar amenizar o problema, o governo se defende dizendo que essa água terá que ser liberada de qualquer forma e que o termo correto não é “contaminada”, mas sim “tratada”.
O tratamento que eles tanto falam consiste em filtrar a água para remover os isótopos, mas isso acaba deixando o trítio, que é difícil de separar da água. De acordo com a notícia, a diluição fará com que os níveis de trítio na água fiquem abaixo dos limites regulamentares, aparentemente inofensivos para a saúde humana.
Contudo, o especialista em assuntos nucleares do Greenpeace, Shaun Burnie, disse que esse “despejo seguro” é completamente improvável. Para ele, os materiais radioativos despejados na água penetram nas células humanas e nos animais marinhos.
Assim como o trítio, outros isótopos radioativos presentes na água, como o estrôncio 90, concentram-se nos ossos. Ou seja, qualquer que seja a porcentagem de isótopos radioativos na água, poderá trazer sérias consequências para a saúde.
Não é à toa que países vizinhos como a China, a Coréia do Sul e Taiwan pediram a revisão dessa decisão, alegando ser uma ação extremamente irresponsável, tomada sem o consentimento dos envolvidos direta ou indiretamente.
Os próprios pescadores de Fukushima apelam ao governo há anos para que a água contaminada pela usina nuclear não seja despejada no mar, mas a operadora da usina Tepco diz se comprometer, compensando os danos futuros.
De certa forma, o Japão pesou os prós e contras dessa decisão e tem sido transparente em divulgar sua decisão para o mundo. Diferente dos países que simplesmente despejam água contaminada de resfriamento de outras usinas no oceano, sem a mesma preocupação.
Contudo, isso não justifica a atitude do Japão de querer jogar água radioativa no mar com o argumento de que o “despejo é seguro” pois, como já disseram os especialistas:
“qualquer radioatividade liberada no meio ambiente terá consequências”.
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Categorias: Ambiente
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