Recorde de calor na Sibéria: crise climática é tão urgente quanto coronavírus


A Sibéria sempre foi um dos lugares mais frios do planeta. Para lá eram enviados presos destinados a trabalhos forçados. Um castigo duplo para os seus crimes.

Mas essa região russa está sendo assolada pelo aquecimento global. No último sábado, na cidade de Verkhoyansk, localizada no norte do Círculo Polar Ártico e distante 5.000 quilômetros de Moscou, registrou a maior temperatura documentada no Círculo Polar Ártico: 38 graus Celsius. O primeiro registro no local data de 1885.

De acordo com o The Washington Post, a região Ártica está aquecendo duas vezes mais rápido do que o resto do planeta. A leitura do sábado, ao que parece, não é excepcional, visto que no dia seguinte Verkhoyansk registrou 35,2 graus Celsius.

O inverno em Verkhoyansk é um dos mais frios do mundo, com temperaturas que caem frequentemente abaixo de-50 graus negativos. Este ano, a Sibéria tem registrado temperaturas elevadas, acelerando o derretimento de neve e gelo e de permafrost. O grande derramamento de óleo deu início a uma temporada precoce de incêndios na região.

O vazamento de petróleo em Norilsk – acima do Círculo Polar Ártico, no centro-norte da Rússia – vazou cerca de 20.000 toneladas de diesel no rio Ambarnaya – já considerado o pior derramamento da história do Ártico russo.

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O Ártico como um todo está sendo afetado com o aumento rápido das temperaturas provocado pelo aquecimento global. Incêndios florestais também estão aumentando da Sibéria ao Alasca e na Escandinávia; o permafrost está derretendo, liberando ainda mais gases de efeito estufa que aquecem o planeta na atmosfera; e a extensão e espessura do gelo marinho está caindo.

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Urgência climática igual coronavírus

Esse cenário fez Greta Thunberg afirmar que o mundo deve tratar as mudanças climáticas com a mesma urgência dispensada ao coronavírus.

Em uma entrevista exclusiva à BBC News, a jovem ativista disse que nenhum “plano de recuperação ‘verde'” resolverá a crise sozinho e que estamos passando por um “ponto de inflexão” sobre o clima e questões sociais, como o Black Lives Matter.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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