Índice
Mais um desastre ambiental decorrente de vazamento de combustível fóssil traz prejuízos ecológicos, comprometendo o equilíbrio da biodiversidade. Desta vez o derramamento foi causado por uma usina termelétrica perto de Norilsk, na Rússia e, em virtude deste desastre foi decretado em 3 de junho, estado de emergência federal naquele país.
Esse desastre ambiental teve início em 29 de maio, quando um tanque de combustível na Usina Nº 3 da Norilsk-Taymyr Energy Company (NTEC) – que faz parte da Norilsk Nickel e fornece eletricidade para o distrito industrial de Norilsk – com a perda da pressão, teve por consequência o vazamento de produtos petrolíferos.
O tanque em questão continha mais de 21.000 toneladas de combustível, que vazaram pelos rios Daldykan e Ambarnaya, que por sua vez se direcionaram para o lago Pyasino.
Noticiamos sobre esse fato em:
https://www.greenme.com.br/informarse/ambiente/45747-estado-de-emergencia-siberia-desastre-ambiental/
Em decorrência desse desastre quatro processos criminais foram levantados na Justiça Russa e um chefe de oficina da Usina de Calor e Energia nº 3 da Norilsk foi preso.
Outro grave perigo deste combustível que entrou no lago Pyasino é alcançar o rio Pyasina, que flui para fora do lago e deságua no Mar de Kara. Por isso, é urgente impedir que a poluição chegue a este rio.
Em uma teleconferência, o vice-presidente da Norilsk Nickel, Sergei Diatchenko negou a contaminação do lago Pyasino e o risco de poluição do mar de Kara, dizendo:
“A distância entre o lago Pyasino e o mar de Kara é superior a 5.000 quilômetros. Nossas amostras colhidas no lago Pyasino são 0,0.”
“A maior parte (da poluição) foi limpa e a limpeza deve ser concluída antes que o frio chegue.”
O diretor do Greenpeace na Rússia, Vladimir Chouprov, por sua vez, alertou sobre as consequências nocivas se essa poluição alcançar o mar de Kara, declarando:
“Se 10.000 toneladas ou mais (de combustível chegarem ao lago) – é um desastre. Até agora, não recebemos os números.”
A possível causa dessa tragédia é o degelo do permafrost (terra, gelo e rocha), em consequência do aquecimento global.
Veja neste vídeo do canal VisãoTV-Oficial mais informações sobre as causas deste terrível desastre ambiental, explicadas pela cientista Patrícia Wieland e mostrando imagens do enorme derramamento de combustível, de início, no Rio Ambarnaya na cidade de Norilsk, Sibéria.
https://www.youtube.com/watch?v=XT7o5ipe_JI
Autoridades e organizações de defesa do meio ambiente consideram este acontecimento o pior acidente envolvendo hidrocarbonetos no Ártico russo, uma região já muito vulnerável por conta da prática intensiva da indústria de mineração, da exploração de gás e de petróleo, por isso uma área altamente poluída e tóxica.
Por mais que providências sejam tomadas para impedir o alastramento deste poluente, fica evidente que a biosfera e o ecossistema dessa região foi prejudicado e mais uma vez traz o questionamento se vale a pena manter certas atividades quando estão colocando em risco toda uma biodiversidade!
Para se ter uma ideia da destrutividade das atividades sócio-econômicas humanas, mirem-se no que vem acontecendo nos últimos tempos somente no Ártico, que diga-se de passagem é uma região remota com pouca incidência de humanos.
Com tantos prejuízos ambientais provocados por indústrias mineradoras e petrolíferas, fica evidente que é necessário buscar e encontrar caminhos alternativos com o investimento em fontes de energia limpa.
Para isso, é também necessário reduzir o investimento em recursos que utilizam combustíveis fósseis. Se algo não for feito neste sentido, seja a nível individual e coletivo, estamos caminhamos para autodestruição a olhos vistos!
Talvez te interesse ler também:
Pangolim, o animal mais traficado do mundo, agora está fora da lista da Medicina Tradicional Chinesa
Nova Zelândia: zero caso de coronavírus e retorno à vida valorizando a cultura Māori
Veneno na mesa em plena quarentena: agrotóxicos são liberados durante a pandemia
Categorias: Ambiente, Informar-se
ASSINE NOSSA NEWSLETTER