O carbono é um elemento químico fundamental para a vida na Terra. Plantas, algas, animais precisam dele de alguma forma e contribuem para a sua renovação constante.
Para a manutenção da vida na Terra, apenas 0,03% de gás carbônico (CO2) na atmosfera terrestre é suficiente. O seu excesso faz com que a temperatura global aumente provocando desequilíbrios – o aumento de 3,5 °C da temperatura do planeta é capaz de promover a extinção de 70% de todas as espécies, de acordo com uma projeção da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Um estudo, realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em parceria com o Helmholtz Centre for Environmental Research (UFZ) na Alemanha e o Catalan Institute for Water Research (ICRA) na Espanha, descobriu que as taxas de emissão de CO2 em áreas secas de ambientes aquáticos, como bordas de rios, lagos e reservatórios, que secam em períodos de estiagem, são significativas em escala global.
De acordo com o pesquisador do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade da UFJF, Nathan Barros:
“Nos modelos atuais, estes fluxos não são considerados e diziam que eram insignificantes. Nossa hipótese era que os fluxos não eram insignificantes”.
A razão disso é que os sedimentos expostos pela dessecação de ambientes aquáticos podem contribuir para elevar as taxas de emissões de CO2 para a atmosfera mais do que a superfície da água durante períodos inundados.
Os pesquisadores testaram essa hipótese realizando uma investigação em escala global para quantificar os fluxos de CO2 em 196 áreas secas de ambientes aquáticos de todos os continentes, com exceção da Antártica, em diferentes tipos de ecossistemas de águas interiores e zonas climáticas.
Os resultados sugerem que as áreas investigadas, consideradas “insignificantes”, emitem mais CO2 do que áreas de lagos e lagoas inundadas. Barros explica que é importante entender os fluxos dos gases de efeito estufa causadores das mudanças climáticas e o tamanho dessa emissão.
“Este é mais um ‘caminho’ do carbono que estamos apresentando. Não só isso, estamos dizendo qual a magnitude desta emissão. Agora esta nova rota de emissão pode vir a ser considerada nos modelos globais de emissão de carbono antropogênico, como por exemplo nos modelos do IPCC”, esclarece o biólogo.
O resultado da pesquisado gerou um artigo que foi publicado na revista Nature Communication no início deste mês.
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Categorias: Ambiente, Informar-se
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