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Cerca de 300 milhões de pessoas que habitam regiões costeiras serão afetadas, a partir de 2050, por causa do aumento do nível do mar, uma consequência direta provocada pelo aquecimento global.
Um estudo publicado, esta semana, pela Nature Communications afirma que o número de afetados é o triplo do que havia sido estimado até então. Isso significa que as inundações serão uma constante nos locais onde essas pessoas vivem.
O continente mais afetado pelas inundações será a Ásia, visto que China, Bangladesh, Índia, Vietnã, Indonésia e Tailândia agrupam 237 milhões de pessoas do total previsto. A razão é que a Ásia é superpovoada e localizada em áreas muito baixas.
Um relatório do IPCC (painel que reúne especialistas que assessoram a ONU) divulgou que a tendência é que o nível do mar continue subindo com o degelo nos polos terrestres. O diretor do Instituto de Hidráulica da Cantábria e um dos autores do relatório, Íñigo Losada, explica ao El Pais que:
“Embora atenuemos, mesmo se cumprirmos o Acordo de Paris, o nível médio do mar continuará subindo durante séculos”.
Mesmo assim, o especialista destaca que é fundamental adotar medidas adaptativas à mudança climática, como, por exemplo, investir em infraestrutura de contenção de água.
O presidente da Climate Central e um dos autores do estudo, Benjamin Strauss, diz que o poder de alcance das inundações foi subestimado.
“As comunidades humanas se concentram de forma desproporcional nas áreas mais baixas do litoral”.
As estimativas eram de que 65 milhões de pessoas iriam ser impactadas com as inundações – um número já bastante elevado.
A Climate Central prevê vários cenários a partir das emissões de gases de efeito estufa, bem como a velocidade do degelo. Com esses parâmetros, a organização avalia o nível do mar e o número de pessoas que seriam afetadas por sua elevação.
Em diferentes cenários, as projeções para 2050 não diferem muito. Já em 2100, num cenário mais otimista, caso fossem reduzidos os gases de efeito estufa e o degelo, 340 milhões de pessoas seriam afetadas; num cenário mais negativo, 480 milhões.
Losada defende um mapa interativo para explorar as áreas afetadas:
“Os autores tocam numa questão essencial: devemos ter modelos digitais de terreno que nos sirvam para conhecer os elementos expostos do futuro”.
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Categorias: Ambiente, Informar-se
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