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Como dissemos anteriormente, 2019 foi o ano das tragédias ambientais no Brasil. Começando janeiro com a tragédia de Brumadinho, as faíscas da Amazônia ainda queimam o filme de Bolsonaro, principalmente quando o assunto é business.
Parece fake news deep fake mas o vídeo não mente (veja abaixo o vídeo da BBC News).
Em um evento na Arábia Saudita, o Future Investment Initiative, o presidente do Brasil disse ao seu público de investidores que “potencializou” as queimadas na nossa Amazônia por discordar da política ambiental dos governos anteriores:
“Problemas que acontecem anos após anos, que é da cultura por parte do povo nativo queimar e depois derrubar parte de sua propriedade para o plantio para sobrevivência. Mas foi potencializado por mim exatamente porque não me identifiquei com políticas anteriores adotadas no tocante à Amazônia. A Amazônia é nossa. A Amazônia é do Brasil”, declarou
Bolsonaro tenta minimizar as queimadas dizendo que elas fazem parte da cultura de sobrevivência na Amazônia. Mas quando fala em potencializar deixa clara a sua visão de tacar fogo para abrir espaço para o agronegócio. Em vez de trabalhar para que essa prática prejudicial fosse contida, e muito restrita, o presidente diz que a potencializou em sinal de discordância com as políticas ambientais anteriores (que, cá pra nós, também esteve longe de ser a ideal em termos de defesa da Amazônia, do Brasil, da vida e da biodiversidade).
Por fim, Bolsonaro brada que “a Amazônia é nossa. A Amazônia é do Brasil”, mas a sua fala é como a de uma criança mimada que, tendo um brinquedo novo nas mãos, faz dele o que bem quiser, inclusive o destrói.
Depois de ele mesmo ter-se declarado incendiário (ou potencializador do fogo), Bolsonaro tranquiliza a plateia prometendo que 2019 vai terminar como sendo o ano da menor média de “focos de incêndio, de calor” de todos os tempos.
“A Amazônia não está pegando fogo até porque a floresta é úmida, não tem como pegar fogo. Me acusaram lá atrás de ser desmatador, depois de ser incendiário. Agora, um derramamento de óleo criminoso na costa do Brasil que tem poluído algumas praias do nosso país”…
Ou seja, é muita desgraça ambiental para um ano só. É muita falta de sorte, seria até mesmo falta de competência mas, quem quiser pescar no seu discurso, encontrará nele talvez uma falta de consciência ambiental ou um excesso de potência destrutiva mesmo.
No caso do óleo, no começo do vazamento, Bolsonaro então muito tranquilamente disse que o óleo, não sendo provavelmente de origem brasileira, não seria de nossa responsabilidade. E aí deu no que está dando: o óleo está se espalhando e atingindo reservas naturais.
Se a origem é venezuelana, o vazamento é brasileiro, e a responsabilidade em mitigar danos é nossa, assim como a intempestividade nas ações de contenção do óleo é um problema que nós estamos pagando, inclusive do ponto de vista econômico (com o turismo).
Mas no livro trágico de Bolsonaro essa história já é passado porque agora os seus holofotes se giraram para uma crônica policial, com o caso da Marielle Franco.
Enquanto o circo pega fogo com as faíscas da Amazônia ainda acesas, o Financial Times – o super importante jornal sobre economia mundial – questiona a saúde mental do presidente brasileiro em seu vídeo postado – tarde da noite – tentando explicar #quemestavanacasa58
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Categorias: Ambiente, Informar-se
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