Aquecimento global: não é exagero, os Alpes Suíços estão derretendo


As geleiras suíças estão derretendo. Habitantes de diversas vilas nos Alpes têm vivido em estado de alerta devido aos riscos de deslizamento de rochas.

Como diz uma reportagem publicada nesta quarta-feira (2) pelo Guardian, no último mês, os moradores de Bregaglia convivem com constantes barulhos como se fossem trovões, mas que, na verdade, são resultantes da queda de rochas da montanha Piz Cengalo.

“Você ouve e sabe imediatamente o que é. Então você vê toda a poeira”, relatou ao Guardian o vice-presidente da comuna, Fernando Giovanoli.

A região é habitada há mais de 1.000 anos, mas, segundo o Guardian, recentemente as quedas de rochas tornaram-se mais frequentes e até fatais.

Por toda a Suíça têm se multiplicado o número de casos de desprendimento de rochas e deslizamento de terra, provocando o bloqueio de estradas e comprometendo a infraestrutura da região.

Recentemente, na parte italiana dos Alpes, a instabilidade do glaciar de Planpincieux e o risco de colapso da montanha fez com que as autoridades fechassem estradas e evacuasse residências, como noticiamos aqui:

Segundo Andreas Bauder, especialista ouvido pelo Guardian, as mudanças climáticas afetam diretamente as massas de gelo, o que compromete a estabilidade dos Alpes, considerando que as geleiras atuam como um suporte para as rochas e as protegem das águas da chuva, por exemplo. Com o derretimento, a água pode penetrar nas rochas e levar à erosão.

Segundo ele, para que esse quadro se revertesse, seria necessário que as metas climáticas fossem cumpridas à risca. Ainda assim, levaria tempo até que a situação se normalizasse.

“Se atingirmos nossas metas climáticas, a esperança seria que as geleiras se recuperassem”, disse Bauder. “Mas, mesmo que sejam cumpridas, levará um tempo para o clima se recuperar e as geleiras responderão depois.”

Até hoje, as emissões de CO2 provocou a perda de metade das geleiras dos Alpes e a expectativa é que, se nada for feito, estarão completamente derretidas até 2050.

Os efeitos da crise climática vêm sendo sentidos por toda a parte e provocam mais deslocamentos de pessoas do que as guerras, como noticiamos aqui:

É realmente surpreendente que, diante de tantas evidências, ainda haja quem defenda que tudo não passa de exagero.

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Gisele Maia

Jornalista e mestre em Ciência da Religião. Tem 18 anos de experiência em produção de conteúdo multimídia. Coordenou diversos projetos de Educação, Meio Ambiente e Divulgação Científica.


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