74ª Assembleia Geral da ONU: combate à pobreza, educação de qualidade, ação climática e inclusão


Um dos eventos ambientais mais importantes do mundo está acontecendo agora, na 74ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Estados Unidos.

Com início em 21 de setembro, esta semana ocorrerão cinco importantes atividades, que reunirão as principais lideranças para compor uma cúpula sobre o clima, convocada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, como informa o site do evento.

A marca da edição de 2019 é promover a união multilateral no combate à pobreza e em prol de educação de qualidade, ação climática e inclusão.

Cúpula de Ação climática

Nesta semana, teve início as atividades da Cúpula da Ação Climática, que conta com a participação de líderes políticos e organizações com projetos para a sustentabilidade e o combate às mudanças climáticas.

Também terá relevo na Assembleia o fórum político sobre Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), no qual serão avaliados os resultados da Agenda 2030, compromisso firmado por cerca de 190 países, há quatros anos, com vistas ao desenvolvimento de um mundo mais sustentável e igualitário em temas como meio ambiente, trabalho digno, condições de vida, qualidade de serviços de saúde, igualdade social, acesso a educação.

A ONU está empenhada em que se mantenham os compromissos da Agenda 2030 e da ODS. Esperam-se discussões sobre financiamento do desenvolvimento sustentável, utilização de recursos públicos para sociedades mais inclusivas e igualitárias, bem como combate à corrupção.

Calendário

Confira, a seguir, a AGENDA da semana:

21 de setembro – Cúpula do Clima da Juventude;

23 de setembro – Encontro de Cúpula de Ação Climática e Reunião de Alto Nível sobre Cobertura Universal de Saúde;

24 e 25 de setembro – Encontro de Cúpula dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável;

26 de setembro – Diálogo de alto nível sobre financiamento para o desenvolvimento;

27 de setembro – Reunião de Alto Nível sobre Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento.

O Brasil na ONU

O presidente Jair Bolsonaro viajou para Nova York (Estados Unidos), onde fará um discurso, na terça-feira, na Assembleia. Segundo uma consulta feita por O Globo a especialistas, dificilmente o Brasil recuperará o seu protagonismo na área ambiental com essa fala, visto o retrocesso que vem ocorrendo no país em termos de políticas ambientais.

Nos últimos anos, o Brasil tinha um papel importante nas discussões climáticas internacionais, posição que foi sendo perdida a partir de 2015 e, mais acentuadamente, no ano passado, devido ao aumento do desmatamento e às declarações sobre o tema por Bolsonaro.

O Brasil havia assumido o compromisso de erradicar o desmatamento na Amazônia Legal e restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030 – algo que parece, na atual conjuntura, difícil de ser cumprido.

O pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade Federal de São Paulo (IEA-USP), Carlos Nobre, falou a O Globo que o discurso de Bolsonaro na ONU é primordial:

“Se este discurso sinalizar preocupação com o destino da Amazônia e com um modelo de desenvolvimento que não aumente o desmatamento essa imagem negativa poderia eventualmente melhorar. Se o presidente for na linha de que os demais países não podem dar palpite o impacto será adverso”.

Depois de um fim de semana em que jovens do mundo inteiro deram um exemplo de liderança em relação à temática ambiental, a expectativa em torno do discurso dos representantes políticos está bastante elevada.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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