ONU pede por medidas mais rígidas para evitar o aquecimento global


Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado nessa semana, diz que a sociedade mundial terá de adotar medidas “inéditas” para conter o aquecimento global.

Essas medidas visam a manter a elevação da temperatura da Terra em 1,5 grau Celsius, ao invés dos 2º C negociados no Acordo de Paris, em 2015, o que traria “benefícios claros para as pessoas e os ecossistemas naturais”, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática das Nações Unidas (IPCC).

Preservar a meta de 1,5º C ajudaria a controlar a elevação do nível do mar em 0,1 metro menor do que com a meta de 2º C até 2100. Com essa medida, as enchentes diminuiriam e as pessoas teriam mais tempo pra se adaptarem à mudança climática.

A vice-presidente do IPCC, Thelma Krug, disse à agência Reuters que “até os cientistas ficaram surpresos de ver quanta ciência já havia ali e o quanto podiam diferenciar e quão grandes são os benefícios de se limitar o aquecimento global em 1,5º C comparado a 2º C”.

O relatório do IPCC é um guia científico fundamental para a formulação de políticas dos governos sobre mudança climática.

Para manter o aquecimento no padrão de 1,5ºC, as emissões humanas de dióxido de carbono (CO2) teriam que chegar a “quase zero” até a metade deste século.

De acordo com Jim Skea, co-presidente do grupo de trabalho do IPCC III, é possível limitar o aquecimento a 1,5°C, de acordo com as leis da química e da física, mas isso requer mudanças sem precedentes. A boa notícia é que algumas ações necessárias para limitar o aquecimento global a 1,5°C já estão em andamento em todo o mundo, mas devem acelerar.

Conter o aquecimento global a 1,5°C em comparação aos 2°C, oferecerá inúmeros benefícios a todos, os impactos à saúde e ao bem-estar humanos serão reduzidos e tal medida facilitará a consecução das metas de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas.

Mas transições “rápidas e de longo alcance” são necessárias nos setores de energia, indústria, construção, transportes e cidades.

Será que vamos conseguir?

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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