EUA adotam medida que flexibiliza as emissões de gás metano


Semana passada, a adolescente e ativista climática Greta Thunberg chegou à cidade de Nova York (EUA) pedindo a Donald Trump para escutar a ciência acerca do aquecimento global. Mas o presidente estadounidense não ouviu a ciência, nem Greta: a Agência Nacional de Proteção do Meio Ambiente (EPA, na sigla em inglês) acaba de anunciar um plano para alterar os controles de emissões de gás metano impostos por Barack Obama em seu mandato.

De acordo com El Pais, a normativa entrará em vigor no prazo de 60 dias eliminando as restrições federais que obrigam a indústria de petróleo e de gás a instalar tecnologias de inspeção e reparo de escapes de metano em poços, tubos e instalações de armazenamento. O gás metano, junto com o dióxido de carbono (CO2) e o óxido de nitrogênio, é um dos gases mais contribuem para o efeito estufa.

Os Estados Unidos são o segundo país que mais emite metano, ficando atrás apenas da China. O ex-presidente Obama havia regulado as emissões, em 2016, ano em que a produção nacional de gás e petróleo disparou no país. Desde então, as empresas tiveram que instalar controles em todos as etapas de suas operações e informar os resultados por área geológica.

Como Trump considera que esses controles são indevidos, a agência federal estadunidense argumenta que as exigências da indústria de petróleo e gás acerca do metano são “completamente redundantes”, já que estariam regulamentadas pelas Normas de Desempenho de Novas Fontes (NSPS, na sigla em inglês) para os compostos voláteis.

A medida é coerente com as demais tomadas por Trump, um negacionista das mudanças climáticas, haja vista que uma de suas primeiras ações como presidente foi retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris.

O documento já começou a gerar polêmica. Empresas como BP, Exxon y Shell não querem acatá-lo pois acreditam que o gás natural que administram não será tomando como uma alternativa limpa, segundo divulgado por The Wall Street Journal via El Pais.

Embora essas empresas e outras grandes da indústria petrolífera e de gás tenham pedido à administração Trump o endurecimento das restrições ao metano, as pequenas companhias reclamaram do alto custo da realização das inspeções de escape de metano.

A EPA argumenta que a normativa implicará poupar milhões de dólares para o setor de petróleo e gás. Entretanto, essa batalha não será simples, porque envolverá, também, muitos ecologistas preocupados com os efeitos que ela pode provocar.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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