Neste mês de julho o desmatamento na Amazônia brasileira atingiu dimensões bem maiores do que o desmatamento em julho dos últimos 3 anos, o que faz com que nossa floresta esteja se aproximando rapidamente de um ponto sem volta, além do qual os danos seriam irreversíveis.
Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil – INPE – confirmam os temores sobre a política do atual presidente Jair Bolsonaro, visto como um incentivador à devastação da maior floresta tropical do mundo.
Tudo em nome de um desenvolvimento econômico não sustentável, ademais ultrapassado.
O abate da nossa floresta levará inevitavelmente a uma diminuição da capacidade da Terra em absorver dióxido de carbono e as consequências disso afetarão todo o planeta.
Mas isso não parece preocupar Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que até criticaram o trabalho do INPE, questionando os números “generalizados” sobre o desmatamento. O presidente disse que os números deveriam ser exibidos pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e mostrados a ele antes de serem divulgados para que ele não fosse “pego de calças curtas”.
São vários os motivos para que nos preocupemos com os rumos ambientais que o Brasil vem tomando com esse governo. Por exemplo, o seu forte apoio ao agronegócio e aos interesses da mineração e sua tentativa de enfraquecer as proteções às reservas naturais e aos territórios indígenas. Recentemente, o Ministro do Meio Ambiente chegou a se alinhar aos madeireiros chamando de irrealista a proteção florestal.
Para Ricardo Sales, a indústria madeireira merece ser respeitada porque é uma atividade econômica à qual ele, como Ministro do Meio Ambiente, pretende colaborar. A declaração vem de uma sua visita a madeireiros que extraem madeira ilegal de terras indígenas em Rondônia, e que estavam protestando contra o IBAMA.
“O que está acontecendo hoje no Brasil é o resultado de anos, anos e anos de uma política pública para a produção de leis, regras e regulamentos que nem sempre guardam relação com o mundo real. O que estamos fazendo agora é justamente trazer a parte legal do mundo real que acontece em todos os países de norte a sul” – estas foram as palavras do ministro durante a sua visita.
Ao jornal britânico The Guardian, Philip Fearnside, professor do Instituto Nacional de Investigação da Amazónia (INIA) disse:
“É muito importante continuar repetindo essas preocupações. Há vários pontos de inflexão que não estão longe”.
Contudo, é de se salientar que infelizmente não é apenas este governo que está descuidando da nossa riqueza natural. Os interesses puramente econômicos sempre estiveram em primeiro lugar na lista das prioridades dos nossos governantes. Estamos ainda esperando por um governo que realmente esteja disposto a defender nosso bem maior, até porque, sustentabilidade e crescimento econômico podem andar juntos em pleno acordo.
Veja as tabelas do INPE e tire suas próprias conclusões:
Taxas anuais de desmatamento na Amazônia Legal Brasileira
Variações relativas das taxas anuais de desmatamento (%)
Desmatamento entre agosto de 2018 e julho de 2019 por classes, estados e anos
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Categorias: Ambiente, Informar-se
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