A EPA, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, aprovou definitivamente o uso do sulfoxaflor, um poderoso inseticida tóxico para as abelhas. O polêmico inseticida é produzido pela DowDupont, uma empresa química que contribuiu com 1 milhão de dólares para a campanha eleitoral do presidente Trump.
O uso de sulfoxaflor foi inicialmente aprovado pela EPA em 2013 e depois banido, após disputas de apicultores e ambientalistas.
Em 2015, o Tribunal de Apelações dos Estados Unidos ordenou que a EPA suspendesse a aprovação, uma vez que a empresa não foi capaz de fornecer provas suficientes para demonstrar a não-toxicidade do produto para as abelhas.
Apesar da decisão, o governo aprovou o uso de sulfoxaflor em situações de emergência em 14 milhões de acres de terra e agora acaba de aprovar oficialmente seu uso definitivo.
O inseticida produzido pela DowDupont, empresa que financiou a campanha eleitoral de Donald Trump com um milhão de dólares, poderá, portanto, ser usado em 190 milhões de acres e em uma ampla variedade de culturas, incluindo algodão, alfafa, cacau, cereais, abacaxi, frutas cítricas, abóboras, soja e morangos.
A decisão da EPA chega alguns dias depois do anúncio da suspensão do monitoramento da população de abelhas pelo Departamento de Agricultura dos EUA.
De acordo com dados divulgados pelo projeto Honey Bee, o número de colmeias caiu de 6 milhões em 1946 para 2,4 milhões em 2008. Só no ano passado, foi registrada uma perda de 40% das colônias de abelhas.
Em estudos conduzidos com o sulfoxaflor, o inseticida mostrou-se altamente tóxico para os insetos polinizadores em todas as fases da vida, bem como capaz de provocar danos a diversos tipos de abelhas, mesmo em baixas dosagens.
A reaprovação do uso do sulfoxaflor pode, portanto, ter consequências catastróficas para as populações de abelhas, que desempenham um papel fundamental na agricultura ao polinizar um terço de todas as culturas consumidas pelos americanos.
Segundo a EPA, o uso do sulfoxaflor não apresentaria riscos para abelhas e insetos polinizadores.
A Agência alega ter examinado os dados sobre estudos com inseticidas e garante que, quando usado de acordo com as instruções do rótulo, o sulfoxaflor não representa um perigo para a saúde humana nem para a vida silvestre, incluindo os polinizadores.
De acordo com a Agência, o sulfoxaflor representaria, ao contrário, uma ferramenta eficaz para combater pulgões e outras pragas de plantas que causam perdas econômicas de até 50% na agricultura.
O sulfoxaflor teria um impacto ambiental mínimo, uma vez que requer menos aplicações e desaparece do ambiente mais rapidamente do que outros inseticidas usados nas lavouras.
No entanto, a mesma agência afirma que os agricultores terão que deixar em alerta os apicultores dentro de um raio de uma milha da área de tratamento, 48 horas antes da aplicação do produto, para que possam tomar medidas de proteção para suas abelhas.
Além disso, para reduzir os riscos para as abelhas, as aplicações devem ser realizadas nos horários em que os polinizadores não estiverem ativos, por exemplo, duas horas antes do pôr do sol.
Essas recomendações realmente provam que o perigo para as abelhas existe e lança dúvidas sobre a segurança do sulfoxaflor para os insetos polinizadores.
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Categorias: Ambiente, Informar-se
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