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Você já reparou no aumento de notícias sobre incêndios devastadores, sobretudo, nos países do Hemisfério Norte nos últimos anos?
Às vezes achamos que esses fenômenos são naturais mesmo ou foram provocados por alguém mal intencionado. Mas será que haveria alguma relação entre esses incêndios e o aquecimento global?
Um , feito por pesquisadores franceses do Laboratório de Física Oceânica e Sensoriamento Remoto do CNRS, criou um algoritmo baseado numa metodologia estatística que simula o clima dos séculos XX e XXI. O objetivo dessa pesquisa é encontrar um algoritmo que simule situações climáticas análogas às atuais, a fim de vislumbrar o futuro. Mas o que esse novo método prevê é que teremos tempos muito quentes.
O calor e a estiagem do verão têm dado temporadas de incêndios florestais mais longas e mais graves. O DW fez um registro de vários casos de incêndios pelo mundo.
Próximo a Berlim, na Alemanha, um incêndio florestal atingiu cerca de 500 pessoas, que foram obrigadas a deixar suas casas.
Na Grécia, o calor intenso fez 80 pessoas morrerem em julho, após o maior incêndio florestal em uma década atingir a região turística de Mati.
Na Espanha, 2.500 acres queimaram em Valência, fazendo o mesmo número de pessoas deixarem as suas casas.
Em Portugal, a situação também não foi diferente: na região do Algarve, ao sul do país, em agosto as temperaturas passaram dos 45ºC.
Nem mesmo os países nórdicos ficaram imunes ao calor. A Suécia, por exemplo, registou um incêndio avassalador em julho, um dos piores em 250 anos.
O fogo também não poupou o Ártico, onde, em algumas áreas, as temperaturas alcançaram 10ºC acima da média.
Na Califórnia, nos Estados Unidos, os incêndios chegaram ao número de 10, em 2017. Eles mataram 41 pessoas, destruíram 6 mil casas e devastaram uma famosa vinícola da região. Esses incêndios haviam sido os mais letais da história do país. Em 2018, a situação na região se agravou: foram 20 incêndios, sendo que alguns ainda estão ativos.
No Canadá, na província da Colúmbia Britânica, foi decretado estado de emergência em 15 de agosto, por causa de centenas de fogos descontrolados em seu território.
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Geralmente, os incêndios florestais são causados por relâmpagos ou por ação humana. Mas essa quantidade de incêndios, segundos os climatologistas, parece que tem relação com as ondas de calor.
De acordo com o diretor de políticas e comunicação do Instituto Grantham de Pesquisa da Mudança Climática (Londres), Bob Ward: “Conflagrações de fogo são uma característica natural dos verões, mas a alteração do clima está aumentando o risco“.
Um dos piores fatores para aumentar os incêndios é a seca. Na Califórnia e nos países do Mediterrâneo, por exemplo, as secas têm sido cada vez mais frequentes, em consequência das mudanças climáticas.
Ward adverte que a situação só tende a piorar nas próximas décadas, segundo ele, daqui a 30 ou 40 anos não teremos nenhum controle sobre a ocorrência das secas – e dos incêndios – porque elas “estão ‘trancadas’ pela concentração de gases-estufa que já se formou”.
O desmatamento também é outro complicador, pois as árvores maiores e mais antigas são, em geral, aquelas que já sobreviveram a outros incêndios, logo elas são mais resistentes do que as plantas mais jovens e de menor porte.
O aquecimento global gera ambientes mais quentes e secos, potencializando os ciclos de incêndio. Mas, também, temos que levar em conta que o homem é um dos causadores de incêndios, ao fazerem fogueiras ou jogando bitucas de cigarro próximo a florestas.
O Instituto Grantham sugere reduzir as emissões de carbono para interromper essa tendência a secas mais frequentes. Mas isso depende de nós e de ações governamentais…
Categorias: Ambiente, Informar-se
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