Constantemente, o GreenMe alerta sobre as consequências provocadas pelo aquecimento global e por problemas relacionados ao meio ambiente que podem gerar escassez de água.
e esse fato segue sendo tratado sem a devida importância que merece. A ficha não caiu e, em um cenário futuro, em que a água provavelmente será um dos maiores bens da Terra (o ouro azul), alternativas sustentáveis que busquem coletar água potável serão, talvez, fundamentais para a nossa sobrevivência.
Pensando nesse problema e na solução para ele, o engenheiro mecânico Shing-Chung Josh Wong, professor da Universidade de Akron (Estados Unidos), apresentou algo inovador em um evento organizado pela American Chemical Society: um artefato muito parecido com uma mochila capaz de coletar partículas de água na atmosfera. Essa mochila consegue obter até 40 litros de água potável e limpa por hora, até mesmo em lugares áridos!
O pesquisador explicou à BBC que: “O nosso mecanismo simplesmente miniaturiza o mecanismo natural, já que partículas atmosféricas de água no ar são a maior fonte de abastecimento de água fresca no planeta. Graças à nanotecnologia, fornecemos uma grande área superficial por unidade de volume, coletando a água eficientemente da atmosfera com o mínimo de energia, sob diferenciais de pressão e temperatura”.
O projeto, que ainda está no papel e é similar a uma mochila, foi inspirado em um inseto chamado besouro-da-namíbia, que habita o hiperárido deserto do país africano contido em seu nome. O animal capta a água que precisa para viver de um sistema de absorção de partículas do ar localizado em sua carapaça.
Wong explica que a ideia surgiu quando estava visitando a China, país que sofre com a escassez de água doce. “Há investimento em tratamento de águas residuais, mas pensei que era preciso somar esforços em outras frentes“, destaca o cientista.
Essa técnica de coletar água do ar já era utilizada pela civilização Inca, durante as madrugadas andinas, e canalizada, depois, em cisternas. Estratégia similar também já foi empregada há cerca de 2 mil anos nos desertos do Oriente Médio. A diferença para o atual momento é a contribuição de uma tecnologia de ponta, a nanotecnologia.
Embora coletar água fazendo usado de nanotecnologia seja, ainda, algo incipiente, Wong sabe que é preciso estimular interesses econômicos nesse campo de pesquisa, a fim de que a sociedade mundial tenha a seu dispor recursos para a energia renovável. A expectativa dele é de que governos ou companhias criem um programa de financiamento para o desenvolvimento da tecnologia.
O material usado na mochila coletora consegue atrair partículas de água inclusive em ambientes desérticos. Outra vantagem do dispositivo é o seu baixo custo, já que as atuais baterias de íons de lítio encontram-se em estágio muito avançado. Sem falar na qualidade final da água: o mecanismo filtra até micróbios, graças a poros microscópicos, obtendo água limpa, livre de poluentes e potável.
Em seu estudo, Wong destaca o problema da escassez de água no mundo, já que apenas 2,5% da água do planeta é doce, sendo que três quartos desse percentual encontram-se em forma de gelo, nos polos Norte e Sul.
“A maior parte dos esforços de pesquisa sobre sustentabilidade da água são direcionados para o abastecimento, a purificação, o tratamento de águas residuais e a dessalinização. Pouca atenção ainda é dada para os mecanismos de captação de água a partir de partículas atmosféricas”, alerta o cientista.
Estamos na torcida para que a mochila saia do papel e possa ser vista nas costas de muita gente!
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Categorias: Ambiente, Informar-se
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