Terra Estufa: será um fenômeno irreversível?


Só de ouvir a expressão “Terra Estufa” não dá um certo desespero? Parece que vem uma sensação claustrofóbica provocada pela imagem de estar preso em uma estufa!

Pois uma pesquisa publicada no periódico da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos diz que estamos preste a entrar em uma nova escala de temperatura global, mesmo que os países atinjam as metas de redução de emissão de carbono. Ou seja, o estudo sugere que estamos em um “caminho sem volta”, segundo a BBC.

A situação do aquecimento global para as próximas décadas pode alterar completamente as formas da natureza proteger a Terra, transformando-as em forças inimigas.

Parece até um roteiro de filme de ficção científica! Mas a explicação para esse caos é que, anualmente, a natureza absorve aproximadamente cerca de 4,5 bilhões de toneladas de carbono que iriam parar na atmosfera e elevariam a temperatura do planeta.

À medida que o planeta se aquece, a natureza, que funciona como uma esponja de absorção de carbono, pode tornar-se fonte de emissão de CO2 contribuindo para piorar o aquecimento global. Em suma, ao nos aproximarmos do patamar de 2ºC acima dos níveis pré-industriais, a natureza deixará de ser aliada, por absorver CO2, e passará a liberá-lo.

De acordo com Johan Rockström, coautor do estudo e pesquisador do instituto de pesquisas Stockholm Resilience Centre (Suécia): “O que estamos vendo é que, ao atingir um aquecimento de 2ºC, podemos chegar a um ponto em que o controle desse mecanismo ficará inteiramente nas mãos do planeta em si. Nós estamos no controle agora, mas, se ultrapassarmos os 2ºC, veremos o sistema da Terra deixar de ser um amigo para se tornar um inimigo – colocaremos nosso destino nas mãos de um sistema planetário que está começando a se desequilibrar”.

Os pesquisadores analisaram, no estudo, dez sistemas naturais que, segundo eles, contribuem para evitar os impactos das emissões de carbono e o aumento da temperatura.

O que seria, então, a “Terra Estufa”?

O fenômeno “Terra Estufa” faria a Terra virar, literalmente, uma estufa, já que levaria a temperatura global a níveis nunca atingidos em 1,2 milhão de anos. Com essa onda de calor e de aumento do nível dos oceanos, regiões da Terra ficariam inabitáveis.

É possível reverter essa situação, embora saibamos ser muito complicado. A coautora do estudo Katherine Richardson, da Universidade de Copenhague (Dinamarca), alerta que: “Mudanças climáticas e outras que ocorram no planeta mostram que nós humanos estamos impactando o sistema da Terra a nível global. Isso significa que, como uma comunidade global, podemos mudar nosso relacionamento com o planeta para influenciar as condições do planeta no futuro”.

A pesquisa identifica alguns fatores que podem ajudar nessa tarefa hercúlea: não usar combustíveis fósseis até o meio deste século, plantar mais árvores, proteger florestas, bloquear raios solares e criar tecnologia para retirar carbono do ar. Isso envolve, portanto, uma nova conduta humana, orientada por novos valores.

Péssimas previsões. Mas a esperança continua

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Embora alguns pesquisadores defendam que o estudo é muito radical, outros como Chris Rapley, da University College London (Reino Unido), acreditam que um resfriamento natural da Terra seria muito difícil senão impossível “dadas as evidências na história da humanidade, parece ser uma esperança ingênua”, diz este pesquisador.

Trata-se de uma tarefa difícil essa de uma comunidade global se engajar em comportamentos de defesa da Terra, é verdade, mas queremos ter esperança para nossos filhos e netos.

Vamos cada um fazendo a nossa parte e forçando os governos de nossos países a cumprirem com os acordos que preservam o meio ambiente.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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