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Hoje é o Dia Mundial da Água e os dois maiores eventos do planeta dedicados ao tema estão acontecendo agora, em Brasília. Aproveitamos a data e a realização do , em paralelo com o Fórum Mundial Alternativo da Água (Fama) para propor uma reflexão: em nome de que estamos comprometendo nossas nascentes, mananciais e rios, com intervenções que não respeitam o meio ambiente e não levam em consideração as futuras gerações?
Que tipo de retorno trazem investimentos que não levam em conta um dos direitos mais elementares de qualquer cidadão, que é o acesso à água potável?
Em um estudo recente, a ONU alerta que, se o mundo continuar no mesmo compasso, em 2050 teremos 5,7 bilhões de pessoas sofrendo diretamente os efeitos de uma crise hídrica. E nem precisamos ir tão longe no futuro para ficarmos apreensivos: um terço dos açudes do Nordeste estão secos, o rio São Francisco já perdeu grande parte de seu volume e, em 2016, a Amazônia passou pela maior seca em um século.
Estes são sinais claríssimos da gravidade da situação, mas parecem ser insuficientes para fazer com que haja uma mudança no modo e nos meios com que nos relacionamos com as nossas reservas.
Indígenas e outros povos tradicionais brasileiros, que habitam as regiões ameaçadas por projetos e políticas insustentáveis, têm muito a nos ensinar sobre como conviver em harmonia com o meio ambiente. São pessoas que nunca encararam a água como mera mercadoria ou ingrediente, que mantêm uma relação íntima e até espiritual com nossos rios. Eles têm muito a nos ensinar, não só em relação ao respeito que devotam à natureza, mas também por sua resistência.
Inspirados neles, nasceu a campanha “Em nome de quê?”.
O ponto de partida é um curta-metragem do cineasta e diretor de TV Luiz Fernando Carvalho, gravado no Planalto dos Parecis, em Mato Grosso, nascente de algumas das principais bacias hidrográficas do país.
O Brasil é guardião de 20% de toda a água doce do planeta; e o país tem hoje aproximadamente 83 mil km de extensão de rios considerados mortos – o que equivale à soma da extensão dos 17 maiores do mundo.
Em nome de que estamos deixando destruírem esse patrimônio que não é só nosso, mas de toda a Humanidade?
Hoje, 22 de março, no Dia Mundial da Água, deixamos essa pergunta ao leitor para sua conscientização sobre o uso responsável da água.
O cidadão comum pode fazer sua parte na preservação deste recurso natural que é pura vida! Mas também devemos eleger, vigiar e cobrar as autoridades para que, em nosso nome, em nome da vida na Terra, das gerações futuras, da biodiversidade e de todos os povos, trabalhem pela preservação, pelo uso responsável e pela valorização não monetária de um recurso primordial, já em escassez e de valor inestimável.
Uma Gota no Oceano e Operação Amazônia Nativa (Opan)
Categorias: Ambiente, Informar-se
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