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A área é da Reserva Extrativista de Cassurubá, que abrange os municípios de Caravelas, Nova Viçosa e Alcobaça, na Costa das Baleias, perto de Abrolhos, enfim, lá na Bahia de tantas lutas.
Esta luta de agora – aconteceu no sábado e se mantém, firme, por tempo indeterminado – é de pescadores e pescadoras, marisqueiros e marisqueiras que veem sua área de extração, protegida por lei e direito, destruída pela dragagem do canal do Tomba, ação de interesse exclusivo da empresa Fibria Celulose S.A., produtora de eucaliptos da região.
Sobre o conflito gostei da explicação de Marcos Pedlowski que, geógrafo ambientalista que é, sintetizou muito bem a situação que levou ao fechamento do canal do Tomba pelos pescadores:
“A Fibria é a responsável pela dragagem deste canal, que tem por objetivo permitir a passagem das barcaças que transportam eucalipto para a sua indústria de celulose em Aracruz/ES. Tal dragagem promove graves impactos ambientais no território tradicional de pesca de aproximadamente 2.000 pescadores artesanais. O processo de dragagem e descarte dos sedimentos resulta em assoreamento do ambiente estuarino, carreamento de material lamoso às praias e recifes de corais, soterramento dos bancos camaroeiros, alteração na dinâmica hídrica estuarina e limitação às áreas tradicionais de pesca”.
, recolhi a Nota da Organização dos Pescadores:
“Os pescadores e pescadoras, marisqueiros e marisqueiras da Reserva Extrativista de Cassurubá, localizada nos municípios de Caravelas, Nova Viçosa e Alcobaça, estado da Bahia, decidiram fechar, por tempo indeterminado, o Canal do Tomba, em protesto contra a empresa de celulose Fibria S.A. A Fibria é a responsável pela dragagem deste canal, que tem por objetivo permitir a passagem das barcaças que transportam eucalipto para a sua indústria de celulose em Aracruz/ES. Tal dragagem promove graves impactos ambientais no território tradicional de pesca de aproximadamente 2.000 pescadores artesanais. O processo de dragagem e descarte dos sedimentos resulta em assoreamento do ambiente estuarino, carreamento de material lamoso às praias e recifes de corais, soterramento dos bancos camaroeiros, alteração na dinâmica hídrica estuarina e limitação às áreas tradicionais de pesca”.
Essa é uma história, como tantas, de um canal que foi aberto pela mão do homem para encurtar o trajeto de navegação, no tempo das canoas e que, de dragagem em dragagem, vai alargando, comendo as pontas das ilhas, assoreando os bancos de mariscos e corais, remexendo os sedimentos, matando os peixes, enfim, fazendo morrer a vida.
Se quiser saber mais sobre o processo da dragagem no Canal do Tomba, recomendo a leitura sobre o licenciamento ambiental do processo, com a especificação dos impactos negativos, muitos e sérios, que dele resultam e, como benefício, facilitar a vida a um dos maiores conglomerados de celulose, a Aracruz destruidora de terras, águas e gentes.
Pois é! Na defesa da vida e do meio ambiente, necessariamente, temos tudo a ver com o que acontece até nos menores locais – rios e matas – e com as menores comunidades humanas, animais e vegetais. O planeta é um só, o nosso, a Terra e, somos integralmente responsáveis pela sua preservação.
Assim, dando a notícia, nós do Greenme Brasil expressamos nossa solidariedade aos pescadores e marisqueiros da Reserva Extrativista de Cassurubá, na Bahia, pela sua coragem e garra de lutar.
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Categorias: Ambiente, Informar-se
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