Na Bolívia, a maior reserva de água está nas geleiras (gelos eternos que estão derretendo, pouco a pouco, com o avanço das temperaturas). Outra reserva importante são alguns lagos, poucos, que se originam nas poucas chuvas do altiplano. O lago Poopó é o segundo maior lago boliviano, e está secando.
O Poopó é um lago salobro localizado em uma depressão da cordilheira andina no Altiplano Boliviano. Este lago, muito antigo, originou-se quando do choque das placas continentais e resultou de um mar que ficou preso. A ele, geologicamente, está ligado também o Salar de Uyuni, uma imensa superfície seca e salgada.
O lago Poopó tem uma superfície de 3 mil quilômetros quadrados e uma profundidade máxima de até 6 metros – é conhecido como “humedal”, uma zona de terras planas permanentemente inundadas, de grande importância para o equilíbrio ecológico regional.
O Pantanal é um humedal. O Lago Titicaca é também um humedal.
Em volta do Lago Poopó existem diversas comunidades de pescadores cuja vida e sobrevivência dependia do lago, seus peixes, seus patos e vegetação. Agora tudo isso secou, morreu.
As secas do Poopó são cíclicas, em períodos de 20 anos – e no seguinte período chuvoso o lago se recuperava, a vida voltava plena e pujante. Porém, de 2014 para cá o lago vem minguando, encolhendo em extensão até que secou de vez. O que resta são áreas de salinas – de onde só se consegue produzir sal, como nos outros lagos salgados secos. Veja o documentário:
Em janeiro de 2017, com as chuvas sazonais, o Lago Poopó voltou a encher em até 70% da sua capacidade mas, já está seco outra vez.
A seca na Bolívia tem sido a mais forte das últimas décadas – o comprometimento das águas é geral, com redução significativa das geleiras, antes eternas, redução do caudal dos poucos rios, assoreamento de leitos e contaminação das águas pela mineração e industrialização com poucos cuidados ambientais.
O lago Poopó é alimentado pelas águas escoadas do Lago Titicaca pelo rio Desaguadero. Um dos problemas é que as chuvas estão muito reduzidas na região do Titicaca, outro é que o rio Desaguadero está bastante assoreado.
Fonte foto
Talvez você não se incomode com a Bolívia, país pequeno e sem atrativos especiais. Talvez você nem simpatize com a luta dos bolivianos, há décadas, para recuperarem a dignidade dos povos indígenas e chegar a um Estado de Bem Viver, política nacional.
Mas, com certeza você deve refletir sobre a perda do lago, de qualquer lago, e das vidas que nele se originam, e das que vivem dele. Afinal, a perda de qualquer vida é uma perda para a humanidade.
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