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O último levantamento de dados sobre o desmatamento na Amazônia mostrou que houve um na região, segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Um dos impactos mais sensíveis do desmatamento é a mudança climática.
Atualmente, a temperatura na Amazônia já é mais alta do que em outras regiões do Brasil.
Para conter o aquecimento global, em dezembro de 2015, consolidou-se o com o intuito de limitar a mudança climática a no máximo 2°C. As nações signatárias do acordo devem promover mudanças para que o aumento não supere 1,5°C, mas os compromissos assumidos pelos países ainda não foram devidamente colocados em prática. Um desses países signatários é o Brasil, que tem um dos ecossistemas mais importantes do mundo, a Amazônia.
Promover o desmatamento zero na Amazônia, infelizmente, parece estar longe de ser um objetivo alcançável. E ainda que isso fosse possível, acabar com o desmatamento, hoje, não resolveria o problema completamente, pois tal ação reduziria apenas 4% das emissões globais de gases do efeito estufa (GEE), de acordo com Carlos Nobre, um prestigiado cientista brasileiro.
Para o Brasil atingir a meta de reduzir em 37% as emissões de gases de efeito estufa até 2025 e 43% até 2030, em relação aos níveis de 2005, é necessário investir em energias limpas, zerar o desmatamento na Amazônia até 2030, recuperar áreas degradadas, diminuir as emissões da agricultura, entre outras iniciativas.
Acerca do Acordo de Paris, Nobre alerta que ele “sinaliza um esforço global que nos levará apenas até o limite aceitável. Se todos os países cumprirem com suas metas ainda estaremos longe de um limite seguro de sobrevivência na Terra. É necessário muito mais do que isso para que seja possível estabilizar o clima”.
Carlos Nobre, à direita, foi premiado durante cerimônia na Suécia
Crédito: Alexander Ruas
Pela importância de suas pesquisas na região, o cientista brasileiro Carlos Nobre, que é membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia de Ciências dos EUA e da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, foi o escolhido pela instituição sueca Fundação Volvo Environment Prize por suas pesquisas ambientais na região amazônica.
O trabalho do pesquisador brasileiro foi indicado para a premiação devido aos seus esforços pioneiros para entender e proteger a Amazônia. Para Nobre, o prêmio mostra que as suas pesquisas são, ainda, atuais. “Desde a década de 1970 a Amazônia chama a minha atenção de uma maneira apaixonante. Estudar os impactos e as consequências do desmatamento foi algo pioneiro em 1980, mas hoje é algo extremamente atual e urgente”, comenta ele.
O cientista defende que haja uma mudança comportamental em relação ao meio ambiente, pois isoladamente os problemas não se resolverão. As mudanças culturais, embora difíceis, são a única saída vislumbrada por Nobre, que sugere algumas mudanças de hábito, tais como: reduzir a ingestão de carne vermelha e substituir o combustível fóssil por energia limpa.
Só com ações individuais, e com um projeto de governo sensível aos desafios climáticos, será possível minimizar os riscos que corremos com as mudanças climáticas. E os riscos não são poucos:
Categorias: Ambiente, Informar-se
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