Após quase um ano da tragédia provocada pela mineradora Samarco, em Mariana (MG), um laudo proveniente de um estudo sobre as causas do rompimento da barragem de Fundão constatou que, desde 2009, já ocorriam problemas de drenagem.
O estudo foi encomendado pela própria Samarco e suas acionistas, Vale e BHP Billiton, ao grupo advocatício Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, sediado nos Estados Unidos, cujo relatório foi elaborado por quatro especialistas, dentre eles o professor de engenharia civil da Universidade de Alberta (Canadá) Norbert Morgenster, que deu uma videoconferência explicando o estudo. A mineradora afirma que o escritório contratado atuou com total independência.
De acordo com uma matéria da EBC, Morgenster declarou que o processo de rompimento da barragem já estava em estágio avançado e que o rompimento ocorreu do lado esquerdo da barragem, onde foi construído um recuo da estrutura sobre lama, uma base instável que foi se deteriorando até culminar na maior tragédia socioambiental do país, que provocou a morte de 19 pessoas, a poluição da bacia do Rio Doce e a devastação de áreas de vegetação e de moradias de milhares de pessoas.
Em uma matéria do , o engenheiro da universidade canadense explicou que “o fluxo ocorreu na ombreira esquerda por causa do recuo na ombreira esquerda ter sido construído sobre uma mistura de areia e lama e não apenas areia”. Ele afirmou, ainda, que a ocorrência de pequenos abalos sísmicos antes do rompimento da barragem criaram as condições para o início do fluxo de rejeitos. Devido a uma alteração do projeto nos anos de 2011 e 2012, houve um aumento da saturação, levando “a um potencial de liquefação”.
Ainda segundo o estudo, em 2009, a construção do dreno de fundo foi tão defeituosa que o sistema não tinha mais condições de ser implementado.
O relatório constata que o trabalho técnico realizado foi muito detalhado e que será estudado para que sejam feitos comentários posteriores a respeito.
Categorias: Ambiente, Informar-se
ASSINE NOSSA NEWSLETTER