Homem cria ecobarreira e tira mais de 1 tonelada de lixo do rio


Esta história vem provar que tem pessoas procurando tornar o mundo um lugar melhor para se viver, e este é o caso de Diego Saldanha de Melo.

Diego vive em Colombo, cidade perto de Curitiba, e indignado de ver lixo no rio Atuba, localizado próximo à sua moradia, tomou uma atitude para mudar essa situação, usando um método rudimentar que está livrando o rio Atuba do lixo despejado nele.

Diego criou, em Janeiro de 2017, uma ecobarreira para juntar o lixo flutuante descartado no rio Atuba. Dessa forma, Diego, conseguiu retirar mais de 1 tonelada de lixo do rio.

Foram encontrados vários tipos de objetos, no lixo retido pela ecobarreira e retirado por Diego. Segue uma lista deles:

  • sacolas plásticas;
  • garrafas pet;
  • embalagens plásticas de vários tipos de produtos;
  • capacete;
  • fogão;
  • bolas;
  • máquina de lavar;
  • sofá;
  • cadeira infantil para automóveis;
  • tubos de imagem de televisores antigos;
  • aquecedor elétrico;
  • bonecas, entre outros.

Diego faz a limpeza do rio, duas vezes por dia, uma antes de ir para o seu trabalho, de vendedor de frutas, e outra já no final da tarde.

Ele tomou essa iniciativa, pensando em demonstrar aos seus filhos, que, ainda são crianças, que é necessário preservar a natureza.

Para criar a ecobarreira ele usou galões de água de 20 litros, envoltos em redes de proteção, de uma margem à outra do rio. Desse modo, funcionando como um bloqueio para reter o lixo, para depois ser retirado.

A instalação da ecobarreira foi feita nos fundos da casa de Diego, local onde passa o Rio Atuba.

Os objetivos da ecobarreira

Esta iniciativa tem por objetivo preservar e dar mais vida ao rio Atuba.

Diego nasceu em Colombo e quando criança nadava no rio Atuba. Ele percebeu, que, gradativamente, o rio estava morrendo e, por isso, tomou essa iniciativa.

Segundo Diego, as pessoas reclamam das enchentes mas jogam lixo no rio. A partir desse ação ecológica, Diego, também, ministra aulas e palestras sobre meio ambiente, ensinando as crianças a fazer ecobarreiras.

Atitudes como esta, demonstram que é possível a um cidadão comum, fazer mudanças palpáveis e eficazes para solucionar problemas que afetam o nosso meio ambiente.

O lixo encontrado e retirado no rio Atuba por Diego Saldanha, deixa evidente que são necessários planos e ações de limpeza e conservação dos rios.

Para Diego, Colombo poderia ser uma cidade de ecoturismo, gerando renda com o turismo e se tornar um lugar mais limpo, sustentável e saudável.

Pesquisas evidenciam que entre 75% e 85% dos rios e lagos de Curitiba possuem um Índice de Qualidade de Água (IQA) considerado ruim ou péssimo.

Para agravar a situação, nos últimos 15 anos este quadro piorou, o que comprova que tanto o poder público, como a população precisam atuar unidos para mudar essa situação.

História do Rio Atuba

O Rio Atuba fica entre os municípios de Curitiba, Colombo e Pinhais.

Em 1649, à margem esquerda do rio Atuba, iniciou-se a colonização europeia na região.

Os primeiros colonizadores eram portugueses que vieram para garimpar ouro no planalto da região.

Posteriormente, devido à escassez de alimentos e ouro, mudaram-se para outro lugar.

A lenda da fundação de Curitiba, conta que o chefe indígena Tingüi, dos Campos do Tindiqüera, conduziu os portugueses para essa mudança de local.

Os portugueses estabeleceram seu novo povoado às margens do Rio Ivo, onde, atualmente, fica a Praça Tiradentes, e que deu origem à Curitiba.

Resultados da ação construtiva de Diego Saldanha

Existem publicações de vários vídeos, pelo próprio Diego e por outros canais, que mostram sua iniciativa de realizar a limpeza no Rio Atuba. Os efeitos positivos de sua ação, se tornaram cada vez mais conhecidos, com milhares de visualizações e compartilhamentos, em seu Facebook e em outra mídias da Internet.

A atitude de Diego Saldanha virou notícia em uma reportagem publicada no portal do Bem Paraná e gerou várias notícias na Internet.

Muitas mensagens foram enviadas para ele, de autoridades, empresas, instituições, ambientalistas e cidadãos querendo colaborar como o seu Projeto;

Diego teve reconhecimento até do prefeito de Joinville e de pessoas de outros países, como França, Argentina e Uruguai, incentivando-lhe e dando os parabéns pela atitude.

Pessoas de diversos lugares procuraram ele para buscar orientação com o objetivo de expandir esse Projeto em outra regiões.

De um Projeto, surgiram vários outros Projetos

Da iniciativa da criação da ecobarreira, nasceram novos Projetos, tais como:

  • As garrafas de plástico reciclável foram doadas para a campanha de coleta e venda de materiais recicláveis, da escola municipal na qual estudam os dois filhos de Diego. A venda das garrafas pet serviram para a escola arrecadar quase mil reais, em 2017.
  • As bonecas retiradas do lixo do rio Atuba foram restauradas pela mãe de Diego, Marizete Saldanha, que, posteriormente, as colocou à venda, em seu brechó.
  • Ao lado da ecobarreira, Diego montou uma exposição dos objetos mais curiosos que retirou do rio Atuba, graças ao seu invento.
  • Em várias reportagens sobre a iniciativa de Diego, foram registradas as fotos dessa exposição. As várias bolas retiradas do rio Atuba foram doadas, aos garotos da vizinhança, onde Diego mora, fazendo a alegria da garotada.

Conheçam agora Diego Saldanha e mais detalhes do Projeto, o qual ele foi o idealizador através da reportagem da Record News-Paraná:

Cada um de nós pode fazer sua parte

O artigo I da “Declaração Universal dos Direitos da Água”, promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no dia 22 de março de 1992, estabelece:

A água faz parte do patrimônio do planeta.

Dessa forma, cabe a cada um de nós preservar a abundância que existe na Natureza, utilizando com respeito, equilíbrio e sabendo valorizar e preservar!

Parabéns Diego, esta notícia nos enche de esperança para um Ano Novo mais solidário e sustentável 🙂




Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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