A importância da água: preservar para a vida do planeta


Hoje falamos sobre a campanha Rio Maravilha sem Água, que alerta para o problema do desabastecimento de água no estado do Rio Janeiro. Esse alarmante problema, que já vem ocorrendo em São Paulo, revela um problema maior: a ausência de uma política pública de gestão das águas.

Contraditoriamente, o Brasil é o país com a maior reserva de água doce do planeta, algo em torno de 12% do total mundial. Um estudo sobre a qualidade das águas do país, realizado entre outubro de 2003 e dezembro de 2004 pelo aviador Gérard Moss e sua mulher Margi, identificou como são as águas do Brasil. O casal coletou 1.160 amostras de água doce de rios e lagos em todo o território brasileiro usando um avião anfíbio. Os resultados das análises das amostras ajudaram no desenho do panorama da qualidade das águas do Brasil, servindo de alerta para a população e para o governo. O projeto ganhou o Prêmio Ambiental Martius, na categoria natureza, em 2004.

Como Gérard é piloto, ele começou a se preocupar com a visão aérea que tinha da degradação dos rios no Brasil, e, também, no mundo. Foi assim que nasceu o projeto de coleta de amostras de águas em voos com o avião anfíbio. O casal voou 120.000 km por todas as regiões hidrográficas do país. No avião anfíbio foi montado um pequeno laboratório pela equipe Brasil das Águas, com tecnologia totalmente nacional.

Os resultados obtidos no pequeno laboratório foram analisados por pesquisadores de vários estados, que desenharam um mapa da saúde das águas doces no qual foram identificados ambientes que ainda não foram contaminados, para que possam ser preservados.

Projetos como esse alertam para a importância da água para a vida no planeta. Ela é um recurso essencial que precisa ser conservado com pequenas ações individuais e com políticas públicas comprometidas com a gestão dos recursos hídricos.

Entretanto, o Brasil tem uma reserva consideravelmente importante de água doce, embora não seja uniforme. As maiores concentrações populacionais estão nas capitais, geralmente distantas dos maiores rios brasileiros, como o Amazonas, o São Francisco e o Paraná. O Nordeste é a região onde há a maior escassez de água, o que provoca o êxodo de pessoas para cidades maiores, que, também, começam a sofrer com o desabastecimento.

Outro problema do país é que os rios e lagos brasileiros estão com a qualidade da água disponível para captação e tratamento comprometida. A contaminação de rios com metais pesados oriundos do garimpo, o uso de agrotóxicos na agricultura, o despejo de esgotos domésticos e industriais são alguns fatores que colocam em queda a qualidade de nossas águas, além de uma política de fiscalização mais eficaz para evitar desastres como o ocorrido com o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG).

Fonte foto: shutterstock




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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