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Com a seca que atingiu vários estados do país no último ano, informações e notícias sobre o desperdício de água tornaram-se comuns em nosso cotidiano, revelando aos brasileiros os absurdos que acontecem com a água que bebemos. Um destes absurdos: todos os anos, mais de seis bilhões de metros cúbicos de água são desperdiçados nos sistemas de distribuição, o equivalente a 39% de toda água potável produzida no Brasil.
Na tentativa de mudar essa terrível situação, o Governo Federal, O Movimento do Pacto Global pela Redução das Perdas de Água e o setor privado lançaram, no mês de novembro, a campanha “Menos Perda, Mais Água“.
A campanha tem o objetivo de aumentar a eficiência do sistema hídrico de todo o país até o ano de 2030, já que os vazamentos são os principais responsáveis pela perda desenfreada de água, com um desperdício que representa quatro meses da produção de água tratada, e um prejuízo de cerca de oito bilhões de reais para as empresas responsáveis pelo tratamento e distribuição da água.
A presidente da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (Abrh), Jussara Cabral Cruz, tratou deste assunto e suas razões.
Entre os motivos causadores dos vazamentos abordados por Jussara, a manutenção e preservação do sistema, ficou entre os principais.
Jussara afirma que, com o tempo, as tubulações envelhecem e não têm mais condições de suportar a vazão da água, que raramente é mudada, ou seja, tanto a tubulação nova, quanto a desgastada e velha, recebem a mesma pressão de água todos os dias. O rompimento é, em vários casos, inevitável.
“A idade da tubulação, o tipo de material utilizado, o aumento da pressão da água dentro da canalização por alguma razão acima do dimensionamento, pressiona a canalização para o rompimento”, explica.
Jussara afirma que o envelhecimento do sistema hídrico não é o único fator responsável pelos vazamentos. Fatores externos podem causar o rompimento dos canos, como obras que ocorrem em qualquer parte do país que haja tubulação hídrica e que podem romper um cano a qualquer momento.
Jussara defende a tomada de medidas pontuais e permanentes para resolver o problema do desperdício de água por causa de vazamentos.
Os planos de saneamento precisam incluir medidas de substituição de equipamentos, substituição de canalizações, e não apenas na rede pública, mas também na casa e nas empresas.
Neste último caso, apenas criando um programa de educação para que pessoas e empreendedores corrijam problemas de vazamento que ocorrem dentro de suas casas e escritórios, onde o poder público não pode atuar, poderá resolver a questão.
Investimento pesado na educação do povo, em novos equipamentos e aperfeiçoamento da rede hídrica também ocupam os planos da campanha, que prevê um mapeamento dos locais nos quais a situação é mais crítica e requer consertos e reformas imediatas do sistema de tubulação.
“Temos que aumentar a eficiência do uso da água até 2030. Reduzir o número de pessoas que sofrem com a escassez é nossa meta. Nós adiantamos uma das fases dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS: as parcerias. Assim conseguiremos atingir a eficiência na gestão hídrica”, afirmou André Oliveira, presidente da Rede Brasileira do Pacto Global.
No momento, 35 organizações apoiam o movimento, e a intenção é divulgar no ano de 2030 a evolução da campanha no sistema hídrico brasileiro.
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Categorias: Ambiente, Informar-se
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