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O cuidado com o meio ambiente tem a ver, por incrível que pareça, com a propagação de mosquitos e doenças.
O governo brasileiro, diante dos casos de microcefalia, se vê na situação urgente de combater um mal muito difícil, pois muito resistente e inteligente. E esse combate passa obrigatoriamente pelo cuidado ao ambiente. Por que?
O odioso mosquito do Egito, o Aedes aegypti, é vetor de doenças graves como a dengue, as febres amarela, chikungunya e zika. Suas fêmeas sugam o sangue humano para a produção de seus ovos e isso fez com que o mosquito se adaptasse super bem ao ambiente urbano onde, além de humanos, não falta água parada, onde as larvas de seus ovos se desenvolvem.
Para que haja água parada, não basta apenas que as pessoas tenham o maior cuidado em suas casas. A gestão do lixo urbano é muito importante porque, quando chove, qualquer potinho de iogurte jogado no chão é um bom lugar para as larvas se desenvolverem numa boa.
Os mosquitos Aedes, com o decorrer do tempo, se adaptaram a depositar seus ovos em volumes mínimos de água e nem tão limpas como antes precisavam, a picarem durante o dia (antes eram noturnos) e se tornaram resistentes aos inseticidas.
É impossível fugir da picada de um mosquito. Dizem que os repelentes caseiros não funcionam. A verdade é que nem mesmo os repelentes industrializados funcionam, mas tudo ajuda a afastar, ainda que por um breve período, os mosquitos. Por isso, a meu ver, vale a pena seguir com o repelente caseiro que, ao menos, mal não faz.
Os mosquitos têm uma inteligência fora do comum no quesito “achar a vítima”. Têm uma super visão, veem a presa de 5 a 10 metros de distância, sentem o cheirinho do homem, através da emissão do CO2 na respiração a mais de 10 metros de distância e sentem o calor das presas ao chegarem mais perto delas, a 20 cm de distância.
Dadas estas informações, fica difícil acreditar em acabar com esse problema usando venenos (fumacê) que não fazem mais do que aumentarem a resistência destes insetos super evoluídos e inteligentes, como vimos.
Por incrível que pareça, os mosquitos apesar de chatos e causadores de doenças, também têm sua importância ambiental, são polinizares, pois os machos se alimentam de seiva e somente as fêmeas picam, pois precisam do sangue para produzir seus ovos. Mosquitos são o banquete de morcegos, sapos, lagartixas… A gestão urbana do lixo é o problema mais sério a ser enfrentado para controlar o crescimento do mosquito.
A Oxitec, empresa ligada à Syngenta, concorrente da Monsanto na produção de OGMs, fabrica o mosquito OX513A, o mosquito transgênico para combater doenças. O mosquito contém dois genes adicionais para que seus descendentes morram antes de chegarem à fase adulta. A princípio isso parece ser uma coisa fantástica, mas os problemas que poderiam decorrer de uma intervenção assim forte no ambiente gera muita discussão e resistência, como no caso da Flórida onde a população fez um abaixo-assinado para impedir a aprovação da FDA para os mosquitos trans.
O mosquito Aedes só não conseguiu ainda se estabelecer nos ambientes frios. O aquecimento global favorece a proliferação destes insetos. Um estudo da University of Pittsburgh Schools of the Health Sciences, alertou que a dengue pode se espalhar no mesmo passo do aquecimento dos oceanos, aspecto que ocorre há alguns anos, mas não em todos do El Niño, lembrando que o El Niño deste ano é considerado um dos mais fortes dos últimos tempos.
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Categorias: Ambiente, Informar-se
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