O desastre ambiental da Samarco tem preço, mas as vidas não


Duas multas serão aplicadas pelo IBAMA à mineradora Samarco, num total de R$ 100 milhões de reais. Só que multas não devolvem vidas, multas não salvam rios, multas não fertilizam terras, não é?

São duas as multas, de R$ 50 milhões cada – uma pelo lançamento de rejeitos em rios próximos e outra, por conta dos prejuízos à biodiversidade.

Mas, multas, por maiores que sejam, não devolvem a vida ao meio ambiente, certo?

A Samarco, empresa mineradora do Grupo Vale, é a responsável pelas duas barragens que se romperam na semana passada, em Mariana, Minas Gerais – Fundão e Santarém, barragens saturadas, já com acúmulo de resíduos acima de suas capacidades, que arrebentaram e a enxurrada de lama inundou e destruiu parte do distrito de Bento Rodrigues.

O Ibama, , atual presidente do órgão federal, continua analisando a situação ambiental da área atingida, e ainda não deu nenhum parecer sobre o nível de impactos causados nem as medidas básicas para seu controle. Segundo análises preliminares das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, o Ibama afirma que as alterações verificadas não significam a presença de substâncias tóxicas.

Mas a lama, carregada de resíduos de ferro, está cimentando as calhas por onde passa, os peixes já estão mortos assim como toda a fauna que nelas habitava. Rios antes vivos hoje são rios mortos, cobertos de uma lama fina que se consolida facilmente impedindo a oxigenação inclusive das camadas mais profundas. Hoje essa lama, não tóxica segundo o Ibama, recobre parte importante da vegetação ribeirinha, assoreia as calhas dos rios e já percorreu mais de 500 km, chegando ao estado do Espirito Santo. Com as chuvas e enchentes, naturalmente chegará ao mar. Mas a lama não é tóxica, diz o Ibama. Só que mata, dizemos nós.

Quanto aos mortos, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais já identificaram 6 dos 8 corpos encontrados. Só que a comunidade de Mariana afirma faltarem 22 pessoas – desaparecidas no dia do rompimento das barragens, e outras fontes locais apontam para um número bem maior, 120.

As equipes de emergência do Ibama estão monitorando o avanço da onda de lama ao longo dos 15 municípios afetados – são esses Ponte Nova, Nova Era, Antônio Dias, Coronel Fabriciano, Timóteo, Ipatinga, Governador Valadares, Tumiritinga, Resplendor, Galiléia, Conselheiro Pena e Aimorés, em Minas Gerais; e Baixo Guandu, Colatina e Linhares, no Espírito Santo.

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Fonte foto: Estado de Minas




Redação greenMe

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