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Está chegando a hora. Entre os dias 30 de novembro e 11 de dezembro, acontece, em Paris, a Conferência da ONU para o Clima, a COP 21. Temos vários artigos sobre o assunto, incluindo as propostas preliminares do Brasil para o encontro, que pretende aperfeiçoar a base do texto do novo acordo mundial para o clima, estão sendo realizados vários debates.
Este texto-base foi elaborado e negociado na última rodada ocorrida em Bonn, na Alemanha, entre os dias 19 e 23 de outubro e o que tinha 20 páginas agora possui 55, indicando muita negociação pela frente antes de fechar de vez o documento.
O membro do Instituto Arapyaú e da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, Alexandre Prado, falou sobre o tema e explicou o funcionamento da COP 21, que terá quase 200 países e que acontece desde a ECO 92, e seu objetivo, de forma mais explicativa, é que os países cheguem a um acordo mundial de longo prazo para que o desenvolvimento aconteça de forma sustentável, com consequências menos impactantes para o meio ambiente, menos emissões de carbono e sem alterações bruscas no clima.
Outro tópico abordado por Prado, e de extrema importância, é o fato de que os efeitos das mudanças climáticas já existem, que humanidade precisa se adaptar e a COP 21 é a oportunidade de descobrir como isso pode ser feito. Já está sendo provado que determinadas doenças estão se proliferando por causa das mudanças, além das mortes por calor extremo. Adaptação aos efeitos irreversíveis das mudanças climáticas se fazem necessárias urgentemente.
Alexandre Prado faz uma constatação óbvia: os países que se aproveitaram do desconhecimento dos efeitos de CO2 e da impunidade por décadas já aproveitaram e os outros, não podem mais aproveitar.
Se Brasil, China, Índia e outros países emergentes despejarem CO2 na atmosfera de maneira inconsequente como fizeram Europa e Estados Unidos, para se desenvolverem, o futuro não será bonito.
Mas essa não é uma questão fácil, pois o tema do desenvolvimento sempre surge nesses encontros e é usado como âncora para manter as emissões em índices inaceitáveis em prol do desenvolvimento, enquanto que os países ricos querem assim continuar e por isso não reduzem as emissões como deveriam.
Encontrar soluções para substituir a tecnologia que move carros e máquinas não é barato. É necessário criar fundos e ampliar os existentes para financiar as iniciativas em prol de tecnologias sustentáveis e também no combate ao desmatamento, um dos principais causadores do efeito estufa.
Em relação à postura do Brasil face ao acordo mundial do clima, Prado ressaltou que o país mostra ambição em alcançar as metas de combate ao aquecimento global. “O Brasil coloca suas metas em até 37% de redução em relação a 2005. É uma meta que pega toda a nossa economia e não está vinculada a um só setor, ou a um crescimento, como outros países estão fazendo. O Brasil está com uma posição pragmática e com uma proposta de esforço nacional bastante ambiciosa, se comparada com outros países. Está numa posição bastante confortável”, conclui.
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Fonte foto: unfccc
Categorias: Ambiente, Informar-se
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